Antonio Cruz/ABr |
---|
Patriota deixou o comando do MRE após o episódio envolvendo a chegada ao Brasil do senador boliviano Roger Pinto Molina. |
O diplomata Antonio Patriota, que deixou o comando do Itamaraty na última segunda-feira (26) elogiou nesta quarta-feira (28) a escolha de Luiz Alberto Figueiredo Machado para ser o novo titular do Ministério das Relações Exteriores (MRE).
“Para substituir minhas funções, não poderia haver melhor escolha do que o Machado, amigo e colega. O embaixador Figueiredo exibe um dos currículos mais expressivos entre os diplomatas da nossa geração”. A cerimônia de posse de Machado foi realizada há pouco no Palácio do Planalto.
No discurso, Patriota disse que “não há honra maior para um diplomata do que servir como chanceler” e destacou que o novo ministro “exibe um dos currículos mais expressivos da nossa geração”. Segundo Patriota, Machado “produziu o futuro que queremos, na Rio+20”.
O novo ministro agradeceu as menções feitas por Patriota, e citou que a tarefa que enfrentará à frente do Itamaraty representa “suceder a um dos maiores talentos da diplomacia brasileira”.
Machado, até agora, era o representante permanente do Brasil junto à Organização das Nações Unidas (ONU). Patriota, por sua vez, irá para a representação junto à ONU.
Patriota destacou que o Brasil é um País que reflete em sua política externa os mesmos valores do plano domestico, citando o combate à pobreza. Patriota afirmou também que o Brasil teve vitórias importantes em organismos internacionais, citando a eleição de brasileiros para a FAO e para a OMC. “Conquistamos importantes posição internacionais, como a OMC e a FAO”, destacou o agora ex-ministro.
Em referência ao diplomata brasileiro Eduardo Saboia, que organizou a fuga do senador boliviano Roger Pinto Molina para o Brasil, Patriota disse há pouco que “a atuação independente de servidor em La Paz, sem instruções, representa conduta que não pode voltar a ocorrer”.
O ex-chanceler, que participou da posse de seu substituto, Luiz Alberto Figueiredo Machado, disse que o Brasil estava buscando uma solução “juridicamente sólida” para o caso do senador boliviano asilado na embaixada.
“O governo brasileiro agiu sempre em respeito à soberania boliviana, sem deixar de buscar uma solução negociada e juridicamente sólida”. Patriota foi aplaudido em pé ao final da cerimônia.
Patriota deixou o comando do MRE após o episódio envolvendo a chegada ao Brasil do senador boliviano Roger Pinto Molina, que estava na missão diplomática do Brasil em La Paz desde maio de 2012.
Pinto Molina chegou ao Brasil no último sábado (24), após uma viagem de 22 horas em veículo diplomático brasileiro. O caso gerou impasse entre Brasil e Bolívia. Pinto Molina é opositor do presidente Evo Morales.