Os partidos estão mobilizando um batalhão de filiados, simpatizantes e voluntários para trabalhar no dia da eleição. São delegados e representantes partidários que vão atuar nas seções eleitorais e equipes de advogados, que estarão a postos para atender qualquer ocorrência. A estimativa é de que a votação envolva o trabalho direto de cerca de 350 mil pessoas destacadas pelos partidos.
A coordenação de campanha do PMDB está se organizando para cobrir todos os locais de votação no estado. Somente em Curitiba e Região Metropolitana, a meta é destacar cerca de 10 mil pessoas para acompanhar o processo como fiscais.Coordenador da operação “Dia D”, como foi batizado o dia da eleição no PMDB, o ex-deputado estadual Luiz Claudio Romanelli, informou que o partido terá no mínimo um fiscal por urna eletrônica.
Na coordenação da campanha do PDT, o ex-deputado estadual Tersio Albuquerque, informou que a meta é reunir 289 mil pessoas, que estarão distribuídas em todos os locais de votação. Serão dois fiscais por urna e dois delegados por zona eleitoral. O PDT pretende ainda designar uma dupla de advogados para cada zona eleitoral nas cidades maiores e pelo menos um advogado por zona eleitoral nas cidades pequenas.
Olho vivo
Embora a Justiça Eleitoral assegure que a utilização da urna eletrônica tenha reduzido a margem de ocorrência de fraudes, as direções partidárias mantêm a desconfiança. “O problema é que numa eleição, onde o cidadão tem que votar seis vezes, vai haver muita desorientação. A nossa preocupação é que na hora de ajudar o eleitor, haja tentativas de influenciar no voto”, justificou Romanelli.
Esta é a mesma preocupação do PT que, tradicionalmente, aposta no mutirão de militantes para monitorar a eleição. O partido planeja mobilizar cerca de mil pessoas em Curitiba para o trabalho de fiscalização. Os presidentes das zonais, eleitos no encontro estadual do partido, ficaram encarregados de montar seus mutirões nos bairros. “Este ano, vamos ter também os advogados nas zonais, para dar agilidade ao processo. Antes, eles ficavam numa central. Agora, nossos advogados ficarão mais perto dos locais de votação”, explicou Ana Carolina Caldas.
Boca de urna, assunto sigiloso
Paralela à estrutura de fiscalização, os partidos estão sigilosamente organizando as brigadas para fazer “boca de urna”. A atividade é proibida pela Justiça Eleitoral, que, a exemplo de anos anteriores, ameaça implantar uma política de “tolerância zero”, punindo com a prisão qualquer tentativa de induzir o voto do eleitor.
Para não ter problemas com a Justiça Eleitoral, as coordenações de campanha negam que estejam preparando o trabalho de “boca de urna”. Entretanto, é nesse corpo a corpo de última hora que muitos candidatos estão apostando para fisgar o voto do eleitor que chega no local de votação ainda sem saber quais são seus candidatos. Nessa hora, um “santinho” oferecido na esquina pode fazer a diferença.
Pesquisas internas dos partidos indicam que o índice de indefinidos chega a 60% na disputa proporcional. Numa eleição em que são seis os cargos em disputa (presidente, governador, deputado federal, deputado estadual e duas vagas ao Senado), há uma preocupação dos partidos em que o eleitor deixe em segundo plano a disputa para a Câmara Federal e Assembléia Legislativa e esteja mais concentrado na eleição para presidente e governador
A Justiça Eleitoral promete rigor na fiscalização. De acordo com o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), duas pessoas trocando “colinhas” no local de votação já configura boca de urna. A única manifestação permitida ao eleitor é votar vestindo uma camiseta ou um boné com os nomes e números de seus candidatos.