Com a saída do ex-governador Orestes Quércia (PMDB) da disputa ao Senado, o PSDB fez valer na sexta-feira a aliança branca com o PTB e firmou acordo para incluir o candidato Romeu Tuma (PTB) no material de campanha dos tucanos em São Paulo. Um dos responsáveis pelo acordo, o presidente estadual do PSDB, deputado federal Mendes Thame, informou que tanto o nome como o número do petebista estarão em cartazes e santinhos dos postulantes da sigla no Estado, assim como o candidato do PSDB ao Senado, Aloysio Nunes, será incluído na propaganda do PTB.

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O trato, contudo, não envolveria por enquanto a propaganda no rádio e na TV. Os advogados do PSDB estudam se a aparição do candidato tucano ao governo paulista, Geraldo Alckmin, no programa de Tuma é permitida pela Justiça Eleitoral.

Antes da desistência de Quércia, que deixou a corrida eleitoral para tratar de um câncer na próstata, a aliança indireta entre PSDB e PTB era ignorada pelos tucanos. O uso pelos petebistas de gravação em que Alckmin elogia Tuma, veiculada no horário eleitoral gratuito, causou irritação entre aliados de Quércia e de Aloysio.

A nova posição, adotada a menos de um mês das eleições, é reflexo da escalada do candidato Netinho de Paula (PCdoB) nas recentes pesquisas de intenções de voto. Levantamento divulgado pelo Datafolha no sábado mostra, pela primeira vez, Netinho à frente na disputa, com 36%. Em seguida, em situação de empate técnico, vem a ex-prefeita Marta Suplicy (PT), com 35%.

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Não tendo vingado o nome da ex-vereadora Soninha Francine (PPS) para a vaga deixada por Quércia – alternativa defendida pelo presidente nacional do PPS, Roberto Freire -, o PSDB recorreu à aliança branca como meio para concentrar em Tuma o segundo voto para o Senado dos eleitores de Aloysio.

O acordo tem como estratégia ainda contribuir com o desempenho do tucano nas urnas, que capitalizaria o segundo voto do eleitor de Tuma, que, de acordo com a última pesquisa Datafolha, tem 21% das intenções de voto. “A intenção foi fechar a chapa que estava aberta com a saída do Quércia”, explicou Thame, segundo o qual o acordo não teria encontrado resistência nas siglas que compõem a coligação “Unidos por São Paulo”, encabeçada pelo PSDB.

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Resistências

Porém, a notícia não foi tão bem recebida por aliados dos tucanos, alguns deles pegos de surpresa com a informação. Freire, do PPS, lamentou que o nome de Soninha não tenha sido escolhido para compor a dobradinha com Aloysio. “Nada contra o PTB, mas a Soninha seria um nome bem competitivo.”

O secretário-geral do PMDB e primeiro suplente de Aloysio, Airton Sandoval, afirmou que já havia sido consultado sobre o acordo e disse esperar que Tuma peça votos apenas para Aloysio.

Tuma continua no Hospital Sírio Libanês, na capital paulista, onde foi internado no dia 1.º de setembro com um quadro de afonia, provavelmente causada por uma infecção viral de vias aéreas, segundo boletim médico. A expectativa da direção da sua campanha é de que o petebista tenha alta nesta semana.