No dia da eleição, saem de cena os cabos eleitorais e entram em ação os fiscais e delegados dos partidos. Os coordenadores operacionais das campanhas dos principais candidatos ao governo do Estado começaram a convocar esta semana seus filiados e simpatizantes para passarem o dia nas seções eleitorais monitorando o processo de votação e fiscalizando, principalmente, os adversários. Em cada comitê, estão abertos os cadastros para os voluntários, que podem chegar a mais de cem mil pessoas distribuídas pelos 5.741 locais de votação no Paraná, se os partidos atingirem suas metas.
O PT, que tem tradição na mobilização da militância, está realizando cursos de treinamento para seus fiscais e delegados. Márcia Lima, responsável pela área de mobilização, disse que o partido espera cobrir todas as 23.578 seções eleitorais do estado. ?Esta é uma parte muito importante da eleição, porque embora nos últimos anos não tenhamos constatado nada de irregular, ter nossos fiscais trabalhando é uma garantia de que realmente não vai acontecer nenhuma ilegalidade?, disse Márcia.
Conforme a resolução 22.412, divulgada pelo Tribunal Superior Eleitoral na semana passada, cada partido tem direito a indicar dois delegados por município e dois fiscais em cada mesa receptora ou seção eleitoral. Os fiscais e delegados dos partidos têm acesso a qualquer um dos locais de votação. A liberdade de deslocamento dos fiscais é considerada fundamental para os partidos, que estão proibidos de fazer a chamada propaganda boca de urna e ficam atentos aos movimentos dos adversários.
Na campanha do senador Osmar Dias (PDT), a coordenação está trabalhando com a previsão de montar uma equipe com mais de vinte mil fiscais e delegados. Conforme a assessoria de comunicação, a campanha conta com a participação dos integrantes dos diretórios do PDT e aliados no Estado.
A coordenação da campanha também está empenhada em constituir um grupo de advogados para prestar assistência aos fiscais no dia da eleição. A intenção é que cada cidade-pólo do estado tenha à disposição uma equipe jurídica para responder às dúvidas dos fiscais e intervir para encaminhar eventuais denúncias de irregularidades.
Cartilha
Na coordenação da campanha do governador licenciado Roberto Requião (PMDB), o chamado aos voluntários já começou há algum tempo e a força-tarefa peemedebista está em fase de instruções. No site, há uma cartilha completa sobre o que pode e o que não deve fazer um fiscal no dia da eleição.
O trabalho está sendo coordenado pelo ex-diretor do Instituto Ambiental do Paraná, Raska Rodrigues. Mais de 90% do pessoal convocado vêm dos diretórios do partido. A marcação será urna a urna, explicou o coordenador.
No PPS, o trabalho de organização do esquema de fiscalização para a candidatura de Rubens Bueno (PPS) estava tão adiantado que acabou sendo atropelado pela resolução do TSE. O coordenador da área de mobilização, Elio Wirbiski, relatou que a coligação havia preparado todos os crachás dos delegados e fiscais quando a resolução alterou os tamanhos do documento de identificação.
Conforme a resolução, os crachás não podem ter mais de dez centímetros de comprimento e cinco centímetros de largura. ?Tivemos que mudar tudo?, disse o coordenador. Ele explicou que, além da estrutura da candidatura majoritária, o PPS e PFL vão ter o reforço também dos fiscais encaminhados pelos candidatos à Assembléia Legislativa e Câmara dos Deputados.