Partidos começam a fechar negociações para alianças

Nesta semana, os partidos entram na reta final de negociações para fechar suas alianças e candidaturas às eleições de outubro. O PMDB, o PSDB, o PFL e o PPB têm mais sete dias – até o próximo dia 30 – para concluir o processo de formação de suas chapas. Os tucanos estão com as vagas ao Senado e a vice-governador em aberto, à espera de uma solução para o impasse entre PFL e PPB, que não chegaram a um consenso sobre a disputa para o Senado. As divergências entre as duas siglas – o PPB quer exclusividade na disputa para o Senado, enquanto o PFL insiste em lançar um nome – atravancaram o arremate da aliança tucana, abrindo uma brecha para a retomada de negociações entre o PSDB e o PMDB. Essa reaproximação acabou suscitando dúvidas sobre as candidaturas ao governo tanto do tucano Beto Richa quanto do senador Roberto Requião (PMDB).

Mais tranqüilos estão o PT, o PTB, o PDT e o PPS, que estão com suas candidaturas e alianças em fase adiantada de entendimento. O PT ainda está embolado nas negociações com o PL, mas o acordo nacional entre os dois partidos faz supor que não haverá outro caminho a não ser dividirem, o mais fraternalmente possível, o mesmo palanque no Paraná, em torno da candidatura do deputado federal Padre Roque ao governo.

O PDT e o PTB estão com um acordo fechado, que será apenas referendado na convenção conjunta, marcada para o próximo sábado. O pré-candidato do PDT ao governo, senador Álvaro Dias, ainda tem a expectativa de atrair o PPB para o seu palanque. Sua chapa oferece ainda uma vaga ao Senado e outra para vice-governador. Se o PPB entrar na composição, pode ficar com uma delas. Se os pepebistas não coligarem, PTB e PDT decidem amigavelmente que partido fica com qual posição.

O PPS, centro da Frente Trabalhista na sucessão presidencial, ficou de fora do acordo no Paraná. O deputado federal Rubens Bueno deverá ter confirmada sua candidatura ao governo no próximo sábado, com ou sem alianças.

Imprevisível

A expectativa maior está voltada para o desenho final dos palanques peemedebista e tucano. As muitas especulações durante a semana sobre a possibilidade de os dois partidos se juntarem numa única chapa não foram negadas ou confirmadas, gerando um certo suspense sobre o desfecho dessas negociações, que não se sabe ao certo que direção estão seguindo. Certas correntes dos dois partidos vazaram que esse processo está sendo orientado em Brasília, com a participação do secretário-geral da presidência, Euclides Scalco, empenhado em dar um suporte consistente para a candidatura do senador José Serra no Paraná.

Tucanos e peemedebistas têm feito mistério sobre o que realmente estão planejando. Uma das versões é que Requião assumiria o lugar de Beto na disputa para o governo. Hipótese prontamente negada pela assessoria do tucano. A outra possibilidade cogitada seria incorporar Requião à chapa como candidato ao Senado. Um arranjo que exigiria a concordância do ex-governador Paulo Pimentel, pré-candidato do PMDB ao Senado e que não dá sinais de que venha a retirar a sua candidatura.

Esse suposto acordo envolveria também o PFL, que ficaria com o seu quinhão original, a candidatura a vice-governador. O PPB, nessa configuração, não faria muita falta. Mas poderia ter parte de suas pretensões contempladas para não ir engrossar o palanque adversário de Álvaro Dias, que irá receber o ex-ministro Ciro Gomes.

Divergências atrapalham

Aurélio Munhoz

A aliança nacional entre o PT e o PL deverá criar problemas para o fechamento de um acordo entre os dois partidos, no Paraná, tanto na disputa majoritária como na proporcional. Há resistências de lideranças de ambas as legendas a uma aproximação. Pelo menos dois problemas devem dificultar o acordo entre o PT e o PL do Paraná. Um deles é o fato de que o PT estadual decidiu, na convenção do domingo passado, que não cederia ao PL a vaga de candidato a vice-governador na chapa encabeçada pelo deputado federal Padre Roque.

Os convencionais decidiram que a vaga será oferecida a um dos aliados de esquerda tradicionais da legenda (PC do B, PV, PMN, PCB e PHS) para possibilitar um fortalecimento da chapa encabeçada pelo deputado. O partido que possui a preferência do PT é o PC do B, do vereador de Curitiba Ricardo Gomyde. Com o acordo nacional, porém, o PT do Paraná poderá ser forçado a rever essa posição – defendida pelo próprio Padre Roque e pelos setores mais à esquerda da legenda. Ocorre que o presidente do diretório regional do PL, deputado federal Oliveira Filho, ainda não revelou se o partido vai mesmo reivindicar ou não a vaga.

Anteontem, o vereador de Londrina e presidente estadual do PT, André Vargas, disse que a executiva estadual do partido vai se reunir em Curitiba na próxima terça-feira (dia 25) para discutir o impasse. Do encontro, também deve participar uma liderança nacional da legenda. O PT tem pressa. O prazo para inscrever a ata da chapa que concorrerá nas eleições deste ano termina no domingo da próxima semana (dia 30). “Nós ainda não conversamos com o PL, até porque a executiva estadual não nos autorizou a fazer isso, mas estamos abertos ao diálogo”, disse.

Chapa proporcional

O maior problema, porém, reside na chapa proporcional. Na convenção de domingo passado, o PT aprovou uma lista de candidatos a deputado federal e estadual que poderá ter que ser reformulada para abrir as candidaturas dos demais partidos da aliança, caso a aliança proporcional seja formalizada. Na prática, isto significa que os candidatos situados no fim da lista terão que ceder sua vaga a nomes de outras legendas, o que já provocou reações negativas dos candidatos na convenção de domingo, quando eles questionaram os critérios usados pela Executiva Estadual para definir suas posições na lista.

De acordo com o que prevê a legislação eleitoral, PT e PL não são obrigados a se coligar na disputa proporcional. Sozinho, o PT pode lançar até 81 candidatos a deputado estadual – 56 homens e 25 mulheres. Coligado, porém, a chapa poderá lançar até 108 candidatos – 75 homens e 33 mulheres (1/3 das vagas). Para a Câmara Federal, sozinho, o PT pode lançar ate 45 candidatos – 32 homens e 13 mulheres. No caso de uma coligação, a chapa poderá ter até 60 candidatos – 40 homens e 20 mulheres.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo