Independentemente do resultado da eleição presidencial, o PMDB quer manter sob seu controle a Câmara e o Senado em 2011 e, com isso, aumentar o poder de negociação do partido.

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Se a presidente for a petista Dilma Rousseff, o comando do Congresso terá serventia dupla porque fortalecerá o vice Michel Temer como interlocutor político do Palácio do Planalto.

Se o poder ficar nas mãos dos tucanos, o PMDB dará as cartas e abrirá a porta dos fundos para entrar mais uma vez no governo federal, como fez desde a eleição de 1989, que levou Fernando Collor ao poder.

Os presidentes das duas Casas têm o poder de fazer uma pauta de votação de interesse do presidente da República, além de controlar CPIs e iniciativas indesejadas originárias da oposição.

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Por isso, o presidente da República sempre tem o interesse de manter no comando, tanto da Câmara quanto do Senado, parlamentares com os quais tenha um bom entendimento. Sem o apoio do Congresso dificilmente alguém governa.

Um exemplo recente, já no período democrático, foi quando o então presidente Fernando Collor, sem apoio dos congressistas, sofreu um processo de impeachment (1992) e foi afastado. Collor não foi apeado do poder apenas por causa do mau relacionamento com o Congresso, mas a sua sobrevivência política ficou comprometida.

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Desde então, todos os presidentes negociaram com a Câmara e com o Senado. Seja liberando verbas para as emendas parlamentares, seja nomeando para os ministérios, estatais e cargos do segundo escalão os próprios congressistas ou apadrinhados.

Cálculos feitos com base nas informações fornecidas pelos diretórios estaduais do PMDB apontam para a eleição de 95 a 100 deputados peemedebistas. No Senado, eles deverão eleger entre 13 e 16 senadores que, somados aos três atuais, garantirão a bancada de 16 a 19 parlamentares ao partido.

Na Câmara, o atual líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), já costurou o apoio do presidente do partido e da Câmara, Michel Temer, que também é candidato a vice de Dilma, além das direções dos outros partidos aliados. Se os cálculos dos peemedebistas estiverem corretos, Alves tem tudo para se tornar o novo presidente da Câmara.

No Senado, o favorito para presidir a Casa até agora é o atual líder do governo Romero Jucá (PMDB-RR). Também já manifestaram o desejo de se candidatar à vaga em 2011 os peemedebistas Renan Calheiros (AL), Garibaldi Alves (RN) e Valdir Raupp (RO). Renan ocupou o cargo entre 2006 e 2007. Renunciou diante do escândalo “Renangate” – a Construtora Mendes Jr. pagaria a pensão alimentícia para uma filha do senador com a jornalista e modelo Mônica Veloso. Foi substituído por Garibaldi Alves. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.