Parlamentares da base aliada e da oposição ao governo questionaram o vazamento de informações do jantar em que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) teria dito a aliados que o impeachment da presidente Dilma Rousseff deve ficar para 2016, por entender que não há mais apoio popular para isso. Para deputados e senadores ouvidos pelo Broadcast Político (serviço de notícias em tempo real da Agência Estado), o momento em que as informações foram divulgadas gera desconfiança em relação ao objetivo do peemedebista com a declaração.

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Deputados e senadores acham, no mínimo, “estranho” o vazamento dessas informações na véspera da sessão do Conselho de Ética da Câmara que deve analisar o parecer preliminar do relator, deputado Fausto Pinato (PRB-SP), pela admissibilidade do processo contra Cunha, por quebra de decoro parlamentar.

Um opositor acredita que a informação pode ter sido divulgada na quarta-feira, 18, pelo peemedebista propositalmente, para tentar passar um sinal ao PT, de modo a conquista os votos do partido da presidente Dilma Rousseff a seu favor no colegiado.

Como mostrou na quarta o Broadcast Político, Eduardo Cunha teria dito a aliados não ver chances de abrir o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff neste ano. O encontro ocorreu na quarta-feira da semana passada, na residência oficial da presidência da Câmara.

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No encontro, o peemedebista teria afirmado ainda acreditar que as contas do governo não serão rejeitadas pelo Congresso. Questionado sobre as declarações, Cunha desconversou e disse que são “opiniões esparsas”, vindas de aliados diferentes.