Os parlamentares que se posicionaram favoráveis ao impeachment da presidente Dilma Rousseff expuseram suas opiniões com argumentos mais políticos e econômicos do que técnicos ou jurídicos.

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Justificativas como “perda da capacidade de governar”, “ausência de clima político”, “inflação” e “aumento do desemprego” foram mais usadas pelos deputados que as “pedaladas fiscais”, principal fundamentação jurídica do pedido de impeachment que está em análise na Casa.

Já os deputados que defendem a permanência da presidente argumentam que não há base legal para dar prosseguimento ao processo. “Ela perdeu as condições políticas para livrar o Brasil da crise em que se encontra”, disse o deputado Átila Lins (PSD-AM), que vê a substituição de Dilma como “luz no fim do túnel para tirar o País desse imobilismo”. “Não acho que há crime, há crise. E crise não se resolve com impeachment”, rebateu Pompeo de Mattos (PDT-RS).

Embora haja um sentimento de que uma eventual gestão do vice Michel Temer poderia dar novos ares à capacidade de o governo de dialogar com o Congresso, a hipótese ainda é vista com ressalvas principalmente em relação à forma como seria formado o governo. “Tudo vai depender dos sinais que ele der. Ele teria de fazer um governo de coalizão”, resumiu o deputado Dimas Fabiano (PP-MG).

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“Só de entrar o [Mauricio] Macri, a Argentina já está reagindo”, comparou o deputado Fernando Jordão (PMDB-RJ), em alusão ao presidente do país vizinho. “Temer é equilibrado, conciliador.”

O vice-líder do PPS na Câmara, Arnaldo Jordy (PA), disse que, embora não haja posicionamento oficial, o partido é “quase unânime” ao se posicionar favorável ao afastamento da presidente. Segundo ele, o PPS não apoia as diretrizes propostas na “Ponte para o Futuro”, divulgado pelo PMDB no ano passado com proposições para o País. “É radicalmente contra conquistas sociais”, disse.

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Para o deputado Ariosto Holanda (PDT-CE), uma eventual substituição de Dilma por Temer seria o mesmo que “trocar seis por meia dúzia”. Embora diversos pedetistas afirmem que devem votar a favor do impeachment, Holanda considera que “o PDT vai fechar com PT” no dia da votação.

Cunha

O deputado Wolney Queiroz (PDT-PE) não vê legitimidade em um processo conduzido na Câmara pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mas apoiaria um eventual governo Temer. Crítico ao peemedebista, o deputado Miro Teixeira (Rede-RJ) descarta a possibilidade de, num eventual governo Temer, Cunha ser o próximo na linha sucessória. “Ele é réu em investigação no Supremo”, disse.