O feriado de carnaval começou mais cedo para deputados e senadores. Em plena quarta-feira, dia normalmente com muitas atividades no Parlamento, os corredores do Congresso Nacional ficaram vazios e quase nenhum projeto foi votado.

continua após a publicidade

Na Câmara, as atividades foram encerradas logo pela manhã por falta de quórum. O presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), precisou encerrar a sessão em que seria apreciado um requerimento para enviar uma comissão de deputados à Holanda para acompanhar investigações que citam a Petrobrás em um esquema de pagamento d e propina. A medida recebeu o apoio do chamado “blocão”, formado por oito partidos – sendo sete da base aliada – para pressionar o governo.

Grande parte dos parlamentares já havia regressado aos Estados de origem no início da tarde ou tinha viagem marcada. O requerimento ficou para ser analisado no dia 11 de março.

No Senado, embora os senadores tenham comparecido às comissões temáticas pela manhã, a movimento à tarde pôde ser comparado ao de uma quinta-feira, quando praticamente não há mais parlamentares nem votações em plenário. Pela manhã, nenhuma das três comissões que se reuniram votou projetos terminativos.

continua após a publicidade

Apesar do movimento fraco às vésperas do carnaval, tanto a Câmara quanto o Senado têm funcionado em ritmo lento desde o retorno do recesso. Os senadores chegavam ao plenário, mas encontravam a pauta bloqueada por medidas provisórias.

O mesmo ocorre na Câmara, onde projetos de lei com urgência constitucional estão trancando a pauta e impedem a apreciação de matérias. Embora neguem a articulação de segurar a pauta publicamente, lideranças da base do governo confirmam a intenção de evitar a votação de projetos que possam acarretar mais gastos ao governo.

continua após a publicidade

Cinco semanas. Nesta semana, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou que entre junho e outubro a Casa só trabalhará por cinco semanas, por causa da campanha eleitoral e da Copa do Mundo. O normal para o período seriam 18 semanas de trabalho.

Quem comemorou a folga antecipada no Legislativo foi o Palácio do Planalto, que ganhou a próxima semana, também parada, para tentar acalmar a base aliada, incomodada com o tratamento que tem recebido do governo.

Ontem, o vice-presidente Michel Temer minimizou o bloco. “Vocês sabem que eu passei 24 anos no Parlamento e sei como são essas coisas. É muito natural que surjam muitas vezes blocos para suportar interesses da própria Câmara dos Deputados.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.