Parecer do PFL nacional favorece projeto de Greca

Os defensores da pré-candidatura ao governo do deputado federal Rafael Greca no PFL estão prontos para pedir a exclusão de 135 diretórios municipais na convenção marcada para o próximo dia 15, porque eles funcionam como provisórios.

Os partidários de Greca pretendem vetar a participação dos delegados dessas comissões executivas municipais. Se a medida for acatada pela executiva estadual, o quórum de votantes na convenção estimado em 400 delegados será reduzido pela metade. Ou seja, ficarão sem direito a voto cerca de 200 delegados, a maioria defensores da aliança com o PSDB, segundo um levantamento do grupo pró-candidatura própria.

Os aliados de Greca estão embasados num parecer formulado pela Procuradoria Jurídica do PFL nacional, que respondeu a uma consulta feita em nome do diretório regional do Paraná. De acordo com o parecer, assinado pelo especialista Ademar Gonzaga Neto, comissões provisórias municipais estão proibidas de eleger delegados à convenção estadual. “Conclui-se assim que somente nos municípios onde o PFL estiver constituído em diretório é que se elege delegados à convenção regional, não cabendo às comissões provisórias municipais fazê-lo em nenhuma hipótese”, disse o especialista.

Segundo o parecer, o colégio da convenção regional para a escolha de candidatos se restringe aos delegados ou seus suplentes à convenção regional (delegados de diretórios constituídos); os membros do diretório regional ou seus suplentes; os deputados estaduais, federais e os senadores do partido.

Precedente

A interdição dos representantes dos diretórios provisórios é uma polêmica antiga no diretório do PFL do Paraná. Em 1995, a chapa presidida pelo então pefelista deputado federal Ricardo Barros (hoje no PPB) ganhou a convenção, mas não tomou posse porque o grupo adversário – liderado pelos deputados federais Abelardo Lupion e Joaquim dos Santos Filho – alegou que a vantagem de Barros havia sido obtida com os votos dos delegados dos diretórios provisórios. O caso foi parar na Justiça Comum e resultou na intervenção nacional no diretório do Paraná. Nenhum dos dois grupos ficou com o poder, apesar de Barros ter obtido uma liminar na Justiça assegurando a vitória do grupo. No final, a briga acabou com a indicação do ex-ministro Reinhold Stephanes como interventor no partido, nomeado presidente provisório da executiva regional da legenda.

O ex-secretário da Casa Civil Alceni Guerra, que à época foi o coordenador da campanha de Barros, disse ontem que a questão ainda está pendente. Guerra, que também defende uma aliança com o PSDB, comentou que seu grupo está preparado para uma convenção agitada. “Tumulto é comigo mesmo. Participei de quatro convenções do PFL do Paraná e todas foram muito tumultuadas, mas eu ganhei todas elas”, disse.

Para Guerra, a consulta do grupo de Greca é o início do que chamou de “jogo emocional” no partido. “Eu aposto que já na metade da semana que vem vão começar os boatos de que vai intervenção no partido. Eu já conheço essa história. Sou especialista em superar essas coisas e vencer a convenção”, repetiu.

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