O parecer do deputado estadual Antônio Anibelli (PMDB) ainda não foi votado, mas já está gerando controvérsia o fato de o relator da Comissão de Ética ter apresentado um texto inconclusivo sobre a denúncia do governador Roberto Requião (PMDB) contra o deputado estadual Edson Praczyk (PL), que foi acusado de ter exigido R$ 45 mil mensais do secretário da Comunicação, Airton Pisseti, para apoiar o governo. O relatório de Anibelli, lido parcialmente ontem, na Comissão de Ética, devolve o caso à Mesa Executiva, sem apontar se o deputado fez ou não a exigência, conforme a versão do secretário.
"Ouvimos as partes. O Pisseti afirma e o pastor nega. As testemunhas não confirmam nem negam. Como dizia minha avó: fica o dito pelo não dito", afirmou o relator, explicando que registrou as posições e irá encaminhar os depoimentos ao presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão (PSDB), para que o deputado tucano "tome as providências".
Brandão já avisou que se receber o texto desta forma vai mandar de volta para a Comissão. "Para que façam tudo de novo", afirmou o deputado tucano. Mas o impasse somente terá um desfecho no próximo dia 14, quando a Comissão se reúne novamente para analisar o parecer. Ontem, a votação foi adiada pela apresentação de um pedido de vistas pelos deputados Neivo Beraldin (PDT) e Elio Rusch (PFL). Os dois podem apresentar emendas alterando o voto do relator, podendo pedir mais detalhes ou novas investigações.
A denúncia contra Praczyk foi feita pelo governador que, em uma entrevista a uma emissora de rádio disse que o deputado do PL, durante um encontro com o secretário de Comunicação no Palácio Iguaçu, havia pedido verbas publicitárias para seu programa numa emissora de rádio para votar com o governo. Praczyk nega a acusação. O deputado Renato Gaúcho (PDT) estava junto e disse que foi o secretário quem ofereceu a verba. Já Mauro Moraes, sem partido, disse que não presenciou pedido ou oferta. "Vou ter que ficar com a palavra dos dois. Não posso dar razão nem a um nem a outro", disse Anibelli.
Já o presidente da Assembléia Legislativa, disse que não se satisfaz com essa posição. Para Brandão, a comissão teria que concluir pela culpa de um dos envolvidos ou então recomendar o arquivamento do caso.