Borba (à dir.), com Oliveira: eleito por unanimidade. |
Embora não tenha conquistado nenhum cargo na reforma ministerial do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Paraná acabou sendo contemplado com um dos postos mais importantes do Congresso Nacional. O deputado paranaense José Rodrigues Borba é o novo líder da bancada de 78 deputados do PMDB na Câmara Federal. Ele vai substituir o deputado Eunício de Oliveira (CE), que assumiu o Ministério das Comunicações no lugar do deputado Miro Teixeira (PDT/RJ). O PMDB tem a segunda maior bancada na Câmara. Perde apenas para o PT, com 90 parlamentares.
Borba foi eleito por aclamação, ontem de manhã, durante reunião da bancada do partido comandada pelo presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP). Sua indicação para o cargo foi articulada tanto por Temer como pelo próprio Eunício Oliveira, de quem Borba é amigo. “Não é fácil substituir o Eunício na liderança do PMDB, depois do trabalho que ele fez, submetendo-se inclusive a testes de fogo durante a votação das reformas”, afirmou Borba, ao assumir o cargo. Ele está no seu terceiro mandato na Câmara Federal.
Ele disse que recebeu o apoio unânime de toda a bancada federal do Paraná, inclusive do governador Roberto Requião, e afirmou que vai fazer com que o PMDb tenha participação cada vez maior no governo Lula. “A minha eleição por aclamação mostra a unidade do partido e aumenta a minha responsabilidade na liderança. Os companheiros podem esperar de minha parte muita humildade, mas também a firmeza na condução dos interesses do partido”, comentou Borba.
Eunício elogiou seu sucessor. “Tenho certeza de que o meu sucessor, como eu, será um escravo da vontade majoritária do PMDB”, disse.
Borba já respondeu a processo por pianismo (ato de votar por outra pessoa ausente do plenário durante uma votação). Durante votação da reforma da Previdência, no dia 18 de março de 1998, Borba, então filiado ao PTB, foi flagrado votando por quatro vezes pelo deputado Valdomiro Merger (PFL-PR). A Câmara abriu processo, mas ele acabou escapando da pena de cassação do mandato, recebendo apenas suspensão de um mês. “Digamos que foi uma falta cometida por mim e assumida por mim. Ajustada dentro da Câmara que prezo muito e que já mereceu, por duas vezes (depois do fato), a aprovação da população que é soberana”, afirmou Borba.