Conflitos de interesses

Paraná Seguro gera disputa na base do governo na Assembleia Legislativa

A maioria absoluta do governador Beto Richa (PSDB) na Assembleia Legislativa, que varia entre 40 e 47 deputados, começa a viver os primeiros conflitos de interesses. O anúncio feito pelo governador ) da criação de uma nova unidade de elite do Batalhão de Fronteira em Marechal Cândido Rondon gerou descontentamentos no grupo. Os deputados que representam a região de Cascavel e Foz do Iguaçu reagiram à escolha de Marechal, que é uma das principais bases eleitorais do vice-líder do governo, deputado Elio Rusch (DEM).

A instalação do Batalhão faz parte do plano Paraná Seguro, o primeiro do atual governo voltado à área de segurança. Para Cascavel, o governo autorizou a implantação do comando regional da Polícia Militar e em Foz do Iguaçu, uma unidade descentralizada. O Batalhão de Fronteira terá duas companhias. Uma delas será em Guairá. A outra será em Santo Antônio do Sudoeste, terra do líder do governo, Ademar Traiano (PSDB), que começou sua carreira como vereador do município.

O deputado Reni Pereira (PSB), pré-candidato a prefeito de Foz do Iguaçu, disse que especialistas da área de segurança consideravam a cidade estrategicamente mais bem situada para sediar o Batalhão. “Mas o governo garantiu que a decisão não foi política. Disse que foi técnica. Então, não há o que comentar”, disse Pereira. Ele, porém, lembrou que, em abril, o secretário de Segurança, Reinaldo de Almeida César, havia anunciado que o Batalhão seria instalado em Foz.
No site de seu mandato, o deputado Adelino Ribeiro (PSL) disse que Cascavel está carente de investimentos na área de segurança e serve de base para narcotraficantes. “O município de Cascavel é uma rota para qualquer lugar que se queira chegar no Brasil. A droga entra pela região lindeira, entre Foz do Iguaçu e Guaira, e parte significativa passa por Cascavel”, defendeu.

Questão geográfica

O deputado Elio Rusch (DEM) disse que “geograficamente e tecnicamente”, Marechal Cândido Rondon é o local que mais se enquadra nos conceitos de segurança para sediar o batalhão. “Fronteira é fronteira. Isso é geografia. Essa região tem que ter um tratamento diferenciado porque é uma porta de entrada de drogas, armas que passam pela fronteira”, afirmou.

De acordo com Rusch, o maior número de portos clandestinos para entrada de produtos ilegais está situado entre Guairá e Missal. “A maioria das drogas, armas que entram pela fronteira do Paraguai está nessa faixa. Então, não há preferência. Há critérios técnicos”, argumentou.

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