O Paraná pode estar próximo de um acordo para ficar de fora do “pool” proposto pela Medida Provisória que estabelece o novo modelo do setor elétrico brasileiro. O relator da Medida Provisória que trata do assunto (a MP 144) na Câmara Federal, deputado Fernando Ferro (PT/PE), e o líder do governo, Professor Luizinho (PT/SP), comunicaram ao deputado Gustavo Fruet (PMDB) que a ministra das Minas e Energia, Dilma Roussef, vai conversar com o governador Roberto Requião (PMDB) sobre o assunto assim que ele retornar de sua viagem à Índia. “A conversa ocorrerá para que eles possam ajustar a situação do Paraná”, disse Gustavo.

O deputado lembrou que já houve uma conversa entre o governador e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, antes da viagem à Índia, que resultou numa emenda que permite às empresas estaduais praticarem o auto-suprimento, o que significa a utilização de tarifa abaixo do preço do mercado regulador.

Modelo

No novo modelo que o governo está propondo, as distribuidoras serão obrigadas a comprar energia elétrica em uma câmara comercializadora em que os preços irão refletir o custo de produção de todas as usinas. Isso elevaria o custo para concessionárias como a Copel, que produzem energia em usinas já pagas, com investimentos feitos ao longo de muitos anos com dinheiro público.

Esta decisão contraria reivindicação do governador Roberto Requião (PMDB). De acordo com o governador, a Procuradoria Geral do Estado poderia acionar o governo para garantir seus direitos na Justiça, caso a medida fosse mantida. Mas isto ainda não aconteceu. A intenção do governo do Estado é justamente chegar a um acordo para evitar a ação.

Gustavo adverte para ruptura no PMDB

O deputado federal Gustavo Fruet avisou ontem ao governador em exercício, Orlando Pessuti, que pode haver uma ruptura no PMDB de Curitiba se persistir a posição de alguns setores do partido de sufocar a possibilidade de candidatura própria do partido à prefeitura e dar como fato consumado o apoio à pré-candidatura do deputado estadual petista Ângelo Vanhoni. O deputado peemedebista se reuniu com o vice-governador e um grupo de vereadores do partido em Curitiba, no Palácio Iguaçu.

O encontro faz parte da estratégia de Gustavo de procurar todas as lideranças do partido para dizer que ainda não “jogou a toalha”. Pessuti tomou o cuidado de não criar constrangimentos com o PT, o principal aliado do governo, mas disse que não vê mal algum em que a eleição em Curitiba seja decidida em dois turnos. “O que ele nos disse é que essa questão precisa ser debatida e que essa avaliação deve ser feita lá na frente, de forma a não criar atritos com o PT”, relatou Gustavo.

O deputado federal peemedebista disse a Pessuti que está se contrapondo à forma como o partido vem conduzindo a discussão sobre a sucessão municipal na capital. Gustavo avisou a Pessuti. “Estamos chegando num caminho sem volta, que pode gerar a ruptura. Não estamos avaliando a candidatura do Vanhoni. A nossa posição é de que não tem sentido dizer desde já que o partido não terá candidato. Está se criando um trauma em torno de uma coisa que seria natural que é um partido pensar em ter um candidato próprio”, afirmou Gustavo.

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