Faleceu ontem o ex-deputado e jurista Túlio Vargas, de 78 anos, vítima de fibrose pulmonar. Ele estava internado no hospital Nossa Senhora das Graças desde o último domingo. O governador Roberto Requião decretou luto oficial de três dias pela morte de Vargas.
O corpo foi velado na Assembléia Legislativa do Paraná e o enterro será hoje, às 11h, no Cemitério Parque Iguaçu. Vargas deixou viúva Lilian, dois filhos, Marcos Túlio e Liliana, e cinco netos. Durante o velório, o filho Marco Túlio disse que seu pai foi na vida familiar como era na vida profissional. ?Deixou um grande legado para seus filhos e netos?, declarou.
O ex-governador Jayme Canet Júnior, do qual Vargas foi secretário da Justiça, lembrou do empenho de Vargas para as atividades. ?Era um homem preparado, que conhecia o Estado como poucos. O Paraná perde hoje um grande homem?, afirmou.
A contribuição deixada por Vargas na área cultural foi lembrada pela presidente do Centro Paranaense Feminino de Cultura, Chloris Casagrande Justen. ?Ele deixa uma lacuna muito grande na cultura paranaense. Por meio da cultura, Vargas uniu o Paraná com a atividades e incentivo da Academia Paranaense de Letras (APL) no interior do Estado?, disse. Desde 1994, Vargas era presidente da APL, cargo do qual se afastou por causa da doença.
Em seu lugar, assumiu Lauro Grein Filho, que destacou a dedicação de Vargas à literatura. ?Era uma grande figura, muito autêntico e correto?, disse.
O presidente da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar) e membro da APL, Rafael Greca, lamentou a perda de Vargas em nota. ?Notável animador cultural, espírito apaixonado pelo Paraná, militante da causa e do bem-estar do povo paranaense?, disse em nota.
Trajetória
Nascido em Piraí do Sul, em 28 de junho de 1929, Vargas era filho do deputado Rivadávia Vargas e de Dalila Vargas. Graduado em Direito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), em 1954 mudou-se para Maringá, onde se elegeu presidente da Associação dos Advogados e fundou o Partido Democrata Cristão (PDC). Foi eleito deputado estadual por duas vezes, na década de 1960 e, em 1970, elegeu-se deputado federal. Foi nomeado secretário da Justiça nos governos Canet Júnior, Ney Braga e Hosken de Novais. Vargas também foi presidente do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul e procurador-geral do estado no Tribunal de Contas do Paraná (TCE), cargo em que se aposentou. Apaixonado por história, Vargas publicou 26 livros, como ?O indomável republicano?; ?A última viagem do Barão do Cerro Azul? (que virou o filme ?O Preço da Paz?); ?O Conselheiro Zacarias? e ?História Biográfica da República do Paraná?.