Os petistas paranaenses ficaram decepcionados com o anúncio dos nomes finais da equipe do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva. O Paraná ficou fora do primeiro escalão do governo.
Os dois nomes que estavam sendo defendidos pelo PT do Paraná, os deputados federais eleitos Jorge Samek, indicado para o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Paulo Bernardo, cotado para o Ministério do Planejamento, não foram chamados para compor o governo. “Estou perplexo e indignado”, afirmou o ex-candidato ao governo do PT e futuro secretário estadual do Trabalho, Emprego e Ação Social, Padre Roque Zimmermann.
Ele disse que o Paraná merecia um lugar no primeiro escalão pelo desempenho eleitoral que Lula teve no estado. “Se dependesse do Paraná, o Lula teria sido eleito no primeiro turno”, reagiu Padre Roque. Segundo ele, Jorge Samek teria muito mais condições técnicas de ocupar o Ministério do Desenvolvimento Agrário que o vice-governador do Rio Grande do Sul, Miguel Rosseto. “É profundamente lastimável. Já passei uma série de e-mails protestando. O Rosseto não entende nada de agricultura familiar e reforma agrária”, atacou o futuro Secretário do Trabalho.
Para o deputado federal reeleito, Florisvaldo “Rosinha” Fier (PT), foi “triste” ver o Paraná excluído do primeiro escalão. Mas de acordo com o deputado, a culpa é da direção regional do PT e do histórico de desavenças internas do partido no Paraná. “Apesar da nossa união em torno da indicação do Paulo e do Samek, o que conta é uma história e não o momento. Faltou um partido que tenha respeito junto à direção nacional. O grupo majoritário que controla o partido no Paraná não tem esse respeito, apesar do nosso bom desempenho eleitoral”, avaliou Rosinha.
Já o deputado estadual Angelo Vanhoni, disse crer que o Paraná merecia participar do primeiro escalão. “Foi ruim para nós. Nós deveríamos ter tido a representatividade política que merecemos. O Paraná é um grande produtor agrícola do nosso país. O Samek iria representar muito bem este setor”, afirmou Vanhoni. Ele acredita que o Paraná tenha sido sacrificado na hora de o presidente eleito contemplar as tendências internas do PT.