Paraná fica fora da primeira fase

O Paraná não vai ser beneficiado na primeira fase do programa Fome Zero, que deve ser anunciado oficialmente hoje em Brasília, pelo ministro da Segurança Alimentar e Combate à Fome, José Graziano da Silva. Assim como o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, o Estado deve ser incluído apenas em fases posteriores do programa. Inicialmente o Fome Zero vai priorizar suas ações no Nordeste, onde estão os municípios com os piores índices de IDH-M (Indíce de Desenvolvimento Humano por Município), segundo o Censo de 2000. No entanto, segundo a coordenadora regional da Pastoral da Criança, Marilde Luiza Fávero, a exclusão não implica em prejuízo para o Paraná. “Não dá para abraçar todas as coisas em um único momento. Nosso estado vai ser encaixado”, disse.

Segundo dados não-oficiais da Ação da Cidadania Contra a Fome, a Miséria e pela Vida, o Paraná conta com cerca de 1 milhão e 700 mil pessoas vivendo sob a linha de pobreza. O estado também apresenta índices de mortalidade infantil piores do que a média nacional. Segundo a Pastoral da Criança, enquanto a média brasileira é de 13 mortes para cada 1000 nascidos, no Paraná a relação é de 14,6 para mil.

A coordenadora nacional da Pastoral, Zilda Arns, que está em Brasília a convite de Graziano da Silva, fez críticas a alguns aspectos do Fome Zero. Zilda está trabalhando na definição do programa e não se mostrou satisfeita com a lista dos 957 municípios escolhidos pelo governo federal. “A lista não é a ideal. Talvez os dados sejam provisórios”, disse.

A Comissão da Pastoral da Criança desenvolve trabalhos em 67% dos 957 municípios listados. Zilda também voltou a insistir que a cobrança de recibos no programa Fome Zero para comprovar os gastos do cartão-alimentação está condenada ao fracasso.

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