Arquivo/O Estado
O Secretário da Fazenda, Luiz Carlos Hauly, foi encarregado de levar a proposta dos devedores para a União.

 

continua após a publicidade

A proposta de renegociação das dívidas dos Estados, discutida em Curitiba na semana passada, será apresentada a todos os secretários da Fazenda no dia 29 (sexta-feira após o feriado), em reunião extraordinária do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), em Brasília.

A defesa da proposta será feita pelo secretário paranaense Luiz Carlos Hauly, que fez uma série de sugestões ao Grupo de Gestores das Finanças Estaduais (Gefin).

O grupo reuniu-se sexta-feira (15) em Curitiba. Representantes de 16 Estados estiveram presentes, entre eles os que detêm as maiores dívidas com a União – São Paulo, Minas e Rio de Janeiro. Depois de discutida pelos 27 Estados e pelo Distrito Federal na reunião do Confaz, a proposta será levada ao governo federal.

continua após a publicidade

Praticamente todas as unidades da federação têm margem muito pequena para investimentos em função dos recursos absorvidos pelo serviço da dívida. No total, os débitos com a União chegam a cerca de R$ 400 bilhões. Desse valor, R$ 12 bilhões correspondem àdívida do Paraná, que gasta quase R$ 70 milhões por mês para saldar o compromisso.

O Gefin, reunido em Curitiba, defende a implantação de um limitador de comprometimento de recursos para o pagamento da dívida. Para alguns Estados, a mudança na taxa de juros hoje praticada, IGP-DI mais 6% (cerca de 18%), para a taxa Selic, hoje próximo dos 12%, traria um grande alívio na balança de pagamentos. Para os Estados que pagam mensalmente 13% da arrecadação, um limitador significa a redução do total da dívida no longo prazo.

continua após a publicidade

“O alto comprometimento das finanças estaduais engessa os investimentos, e falta dinheiro para a educação, para saúde e segurança pública”, avalia Hauly, que sugeriu também que os Estados depositem no Tesouro Nacional suas aplicações financeiras para reduzir o serviço da dívida.

Da forma como está, as dívidas estaduais aumentam a cada ano, apesar dos alto volume de recursos usados para cumprir o compromisso. Hauly citou um caso que considera emblemático: no caso do Banestado, o Paraná tomou empréstimo de R$ 5 bilhões; já pagou R$ 8 bilhões e deve outros R$ 8 bilhões.