Amigos e aliados de Geraldo Naves (DEM) não sabem do paradeiro do ex-deputado, que teve a prisão decretada ontem pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e é considerado foragido pela polícia. Nem mesmo pelo celular ele é encontrado. Ele é acusado de envolvimento em tentativa de obstruir a Justiça nas investigações do esquema de corrupção do chamado “Mensalão do DEM”.
Até a semana passada, Geraldo Naves (DEM) atuava como um dos mais combativos aliados do governador José Roberto Arruda, que está preso na superintendência da Polícia Federal desde ontem à noite. Naves era líder do governo na Câmara Legislativa, presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), responsável pela análise dos pedidos de impeachment do governador, e estava cotado para assumir também a presidência da CPI da Corrupção.
Jornalista, ex-apresentador do programa policial “Barra Pesada”, Geraldo Naves comprava briga com a imprensa para defender Arruda, e repetia que era amigo do governador e que com ele falava todos os dias. Envolvido na tentativa de suborno do jornalista Edson Sombra, uma das principais testemunhas do esquema de corrupção no DF, Geraldo Naves confirmou a um grupo de repórteres ter sido o elo entre Arruda e Sombra. Foi ele quem entregou a Edson Sombra um bilhete do governador com mensagens cifradas, como “gosto dele” e “quero ajuda”.
A assessoria de imprensa do governo do DF divulgou nota afirmando que o papel entregue a Sombra não era um bilhete, e sim um rascunho do governador, que teria sido pego “indevidamente” da mesa de trabalho de Arruda pelo ex-deputado. No dia seguinte, Paulo Roriz (DEM), titular da vaga que Geraldo Naves ocupava na Câmara, pediu exoneração da Secretaria de Habitação e voltou ao cargo de deputado, deixando Naves sem mandato.
O gabinete de Paulo Roriz também não fornece informações sobre o destino de Geraldo Naves. “Ele teve uma ascensão meteórica e uma queda mais rápida ainda”, resume o secretário-geral do DEM-DF, Flávio Couri.