Para Tarso, fim da “pirotecnia” da PF marcou sua gestão

Ao apresentar um balanço de sua gestão no cargo de ministro da Justiça durante o segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Tarso Genro destacou hoje o que considera “o fim da espetaculosidade” nas ações da Polícia Federal (PF).

Tarso disse que a prática de dar um caráter de espetáculo às operações da PF foi marca de “um certo período da Polícia Federal”, em governos anteriores ao de Lula. Na avaliação do ministro, a espetaculosidade “era natural”, no passado, porque era “novidade”. E adquiriu dimensão, disse, “porque 90% das ações” da PF eram contra o PT – a partir do primeiro mandato de Lula – e tiveram grande repercussão.

“O PT era um partido que se colocava como depositário da moral da humanidade. É natural que fosse mais cobrado”, avaliou Tarso. Na época do escândalo do mensalão, que envolveu figuras importantes do PT no primeiro mandato de Lula, Tarso Genro pregava “a refundação” do partido. Na entrevista que deu hoje, ele afirmou que o PT, depois do trauma, reconheceu a necessidade de um controle interno e aprovou um código de ética evoluído.

Segundo o ministro, a chamada “pirotecnia” nas ações da PF passou a ser “criticada asperamente quando começou a atingir outros partidos, quando começaram a aparecer banqueiros algemados e políticos notáveis indiciados em inquéritos”.

Tarso disse ainda que, ao assumir o Ministério da Justiça, em 2007, aproveitou a indignação com a espetaculosidade das ações da PF para adotar medidas de contenção dessa prática. “Ou o espetáculo era para todos, ou para ninguém, e nós decidimos que não haveria espetacularização para mais ninguém, nem para o DEM nem para o PT nem para o vereador do interior. Optamos pelo sentido republicano de atuação da PF.”

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