O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), qualificou de “legítimas” as críticas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva às centrais sindicais por pretenderem modificar o acordo firmado em seu governo de uma política para o salário mínimo. Da África, Lula afirmou que não se pode querer mudar a regra do jogo a cada momento.
“A crítica é legítima uma vez que ele (Lula) promoveu o acordo (uma política para o salário mínimo) com as centrais sindicais. Foi ele quem presidiu este acordo, e ele tem a legitimidade de ser um operário e saber o que é justo e o que é injusto”, disse José Sarney.
O senador acrescentou que para votar a matéria antes do recesso carnaval, em março, é necessário que haja um pedido de urgência constitucional. Essa urgência é uma prerrogativa da presidenta Dilma Rousseff e, no caso de o projeto de lei que prorroga a política de correção anual do salário mínimo chegar ao Congresso sem a urgência, esse quesito poderá ser pedido pelos presidentes da Câmara e do Senado à presidenta.
Sarney disse que na terça-feira (8) na reunião de líderes dos partidos da base aliada com o ministro de Relações Institucionais, Luiz Sérgio, essa possibilidade de pedido de urgência foi discutida. “Ontem (terça-feira) tratamos disso com as lideranças para que pudéssemos ter o projeto de lei do salário mínimo e não medida provisória, que fosse para a Câmara e ela se submetesse a votar em regime de urgência e o Senado adotaria a mesma urgência.”
O presidente do Senado destacou que se as regras definidas, neste ano, concederão um reajuste só com base na correção da inflação de 2010, uma vez que o crescimento da economia, em 2009, foi praticamente zero, por outro lado, em 2012, os trabalhadores terão uma correção de 13% a confirmar as expectativas econômicas, ressaltou José Sarney.