Para Requião, o MST está passando dos limites

O governador Roberto Requião (PMDB) disse ontem que ele e o vice-governador Orlando Pessuti (PMDB) estão com o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) “entalado na garganta”.

O desabafo do governador foi feito durante a reunião do secretariado, que desta vez registrou presença de 100%, no Canal da Música, onde foi apresentado o Mapa do Zoneamento Agrícola do Estado. O governador disse que se considera militante do MST, mas que as recentes ocupações promovidas pelo Movimento “estão passando um pouco do razoável”.

Requião disse que se as ocupações prosseguirem irá cumprir as ordens judiciais de despejo. “Mais cedo ou mais tarde, se as coisas continuarem deste jeito, vamos ter que fazer despejos, o que será uma tragédia”, afirmou.

Ele se queixou do que considera incompreensão do MST em relação às suas iniciativas para resolver os conflitos agrários no Estado. O governador se autodefiniu como o único no país que defende e apóia o MST, baseado nas suas convicções sobre o uso e a propriedade da terra. “Não entendo porque o MST se comprometeu a dar uma trégua, mas não deixou passar uma semana e já está invadindo novamente”, afirmou.

O governador lembrou que está negociando com o governo federal um programa de aquisição conjunta de áreas para a reforma agrária. O ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto, esteve no Paraná há quinze dias conversando com Requião sobre o assunto. “Não consegui entender a razoabilidade das ocupações, quando o governo joga a favor do movimento”, afirmou.

Assiduidade

A reunião de ontem no Canal da Música teve a participação de todos os 26 secretários, ao contrário do dia anterior, quando apenas seis secretários atenderam ao chamado do governador, que acabou dando um pito na sua equipe. Ele chegou a dizer que as ausências seriam consideradas um pedido de demissão. Ontem, um funcionário ficou na porta de acesso ao evento controlando as presenças. A partir de agora, Requião anunciou que fará reuniões semanais, sempre às 8h das segundas-feiras, para que um secretário exponha suas ações administrativas. O primeiro será com o procurador-geral do Estado, Sérgio Botto de Lacerda, que irá expor as ações do governo em relação ao rompimento dos contratos de prestação de serviços.

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