Para Requião, briga no PMDB está longe do final

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Requião (com Michel Temer): vontade do partido é romper com o governo.

A briga interna do PMDB sobre a validade ou não da convenção que aprovou a saída dos integrantes do partido do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está longe de acabar. Este foi o entendimento do governador Roberto Requião, ontem, ao comentar a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), que no final da tarde de anteontem negou recurso contra a decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça), que já havia declarado a nulidade da convenção, realizada no dia 12 de dezembro do ano passado.

Apesar da decisão anunciada anteontem pelo STF, ordenando o arquivamento da ação ajuizada pelo presidente nacional do PMDB, Michel Temer, Requião acha que ainda não está encerrada a briga interna do partido sobre a validade ou não da convenção que aprovou a saída do governo do presidente Lula. O STF negou recurso contra a decisão do STJ, que já havia declarado a nulidade da convenção.

No entendimento do governador, o STF não julgou o mérito sobre a legitimidade da convenção, mas tão-somente qual era o fórum competente para decidir sobre a matéria. De acordo com a assessoria do governador, o grupo de peemedebistas que defendia a permanência do PMDB no governo tentou anular a convenção recorrendo ao STJ. A ala pró-afastamento do governo, integrada por Temer e também pelo governador do Paraná, alega que a instância correta para a decisão seria o Tribunal de Justiça do Distrito Federal.

Para Requião, o embate jurídico não altera o caráter político da decisão aprovada pela maioria do diretório. Conforme a assessoria, a posição de Requião continua a mesma em favor da adoção pelo PMDB de uma postura de apoio crítico ao governo Lula. O governador, assinalou sua assessoria, desde o início do governo Lula, em 2003, se manifestou contrário à ocupação de cargos pelo PMDB na administração federal.

A batalha jurídica no PMDB começou quando a direção nacional, representada por Temer e simpática ao rompimento, conseguiu cassar no Tribunal de Justiça do Distrito Federal a liminar que suspendia a realização da convenção. A liminar obtida pela ala governista foi comunicada à direção no meio do processo de votação. Porém, a direção não suspendeu os trabalhos e entrou com recurso contra a liminar. Quando a liminar foi revogada, a direção começou então a apuração dos votos.

Para a ala pró-afastamento do governo, o resultado da convenção é um indicativo da vontade do partido. No Paraná, a posição nacional de Requião teve desdobramentos locais. Uma semana depois de o governador do Paraná ter defendido a saída do governo Lula, o diretório estadual do PT aprovou, também por unanimidade, o rompimento da sua bancada estadual com o Palácio Iguaçu. Principal aliado de Requião, o PT agora é independente na Assembléia Legislativa.

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