O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que a possibilidade de uma eleição indireta em 2017 para a escolha de um novo presidente “não colabora” com o País. A escolha via Congresso Nacional se daria na hipótese de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) condenar a chapa de Dilma Rousseff que tinha Michel Temer como vice em 2014.
“Esta possibilidade não colabora com o Brasil. Pelo contrário. Devolve à cena nacional essas vivandeiras, que acham que podem ser a solução numa eleição indireta de final de mandato”, afirmou em entrevista ao Estado.
Questionado se incluía o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso como uma dessas “vivandeiras” a que se referiu, Renan disse não acreditar que o tucano se candidate.
“Eu não acredito que o presidente Fernando Henrique se disponha a uma aventura desse tamanho”, disse. “O Michel, mais do que qualquer de nós, tem condições para conduzir o Brasil nessa travessia. Eu não faço conceito de valor pessoal, mas tenho certeza que o Michel tem mais firmeza do que o Fernando Henrique.”
No mês passado, o nome do ex-presidente como solução para o País em uma eventual eleição indireta foi lançado pelo chefe de gabinete de FHC durante seu período no governo federal, Xico Graziano, que criou uma página no Facebook e um site chamados “FHC Presidente”. Ele também escreveu um artigo para o jornal Folha de S.Paulo defendendo a proposta.
Na época, FHC negou a intenção de voltar à Presidência. “Jamais cogitei dessa hipótese nem ninguém me consultou sobre o tema. Minha posição é conhecida: nas circunstâncias, o melhor para o Brasil é que o atual governo leve avante as reformas necessárias e que em 2018 possamos escolher líderes à altura dos desafios do País. Precisamos superar a crise financeira para criar empregos e para que o povo viva em uma sociedade próspera e decente”, declarou em mensagens nas redes sociais. A sugestão do nome de FHC por Graziano causou mal-estar no PSDB, que viu a ação como uma iniciativa isolada.
2018
Questionado sobre a disputa eleitoral de 2018, o presidente do Senado afirmou que o foco agora deve ser sair da crise.”Nós temos que deixar 2018 para 2018. Se não somarmos todos os esforços agora, para sair da crise, nós vamos encalacrar ainda mais esse País.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.