O apoio conseguido pelo conjunto das chapas minoritárias do PT após o primeiro turno da eleições internas pela direção do partido deixou o deputado gaúcho Raul Pont confiante. Ele esteve ontem, em Curitiba para participar do último debate entre os candidatos à presidência do PT.
Pont afirmou que o maior desafio da nova gestão será o de encerrar o processo de averiguação e punição dos envolvidos com as irregularidades denunciadas nos últimos meses. Pont disse que a CPI e o Congresso Nacional estão fazendo o papel que lhes cabem, mas ele avalia como imparcial o processo. Segundo ele o PR e o governo federal estão sendo o foco dos trabalhos e os demais partidos também envolvidos com o esquema de Marcos Valério não estão sendo incorporados ao processo de investigação.
"Nós reconhecemos as nossas responsabilidades. Se integrantes do nosso partido erraram, eles precisam ser julgados. Mas o tratamento deve ser igual aos demais políticos de outros partidos", disse. Ele voltou a defender a passagem do deputado José Dirceu pela Comissão de Ética do PT, fato que não foi aceito pelos integrantes do Campo Majoritário do partido. Para Pont, todos os indiciados no processo precisam passar pela comissão interna do PT para que depois o diretório nacional vote pela permanência ou saída destas pessoas do partido.
Outro ponto defendido pela tendência Democracia Socialista representada por Pont é a realização, ainda este ano, de um congresso nacional do PT, para retomar a ofensiva política e a unidade entre partido e governo federal. "Precisamos recuperar a identidade política junto ao governo. Não podemos entrar em 2006, que é um ano eleitoral, com um tencionamento interno que se apresenta hoje. Por isso há esta necessidade urgente de se realizar um congresso este ano e retomar a força do partido", disse. Segundo ponto, só assim, será possível ter sucesso nas eleições do ano que vem e conseguir a reeleição do presidente Lula.
