O Palácio do Planalto considerou insuficientes as explicações do secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, captado por escutas telefônicas legais da Polícia Federal em troca de favores com um dos chefes da máfia chinesa no Brasil, Li Kwok Kwen, o Paulo Li.
Na avaliação do governo, o silêncio de Tuma Júnior – que é delegado da Polícia Civil de São Paulo – somado ao desdobramento das investigações, pode tornar a situação do secretário “insustentável”. Paralelamente, articuladores do Planalto ainda tentam colocar “panos quentes” no caso.
Expoente da hierarquia do Ministério da Justiça, Tuma Júnior comanda áreas estratégicas como o Departamento de Recuperação de Ativos (DRCI), que é responsável pelo rastreamento de dinheiro ilegal no exterior, e o Departamento de Estrangeiros. O secretário nacional de Justiça mantinha estreita ligação com Paulo Li, hoje um presidiário na capital paulista.
Li foi preso pela PF com mais 13 pessoas, sob acusação de comandar uma quadrilha especializada no contrabando de telefones celulares falsificados, procedentes da China, durante a Operação Wei Jin, deflagrada em setembro de 2009.
Sob o impacto do noticiário, Tuma Júnior preferiu silenciar, dar declarações sucintas à imprensa e ofereceu explicações consideradas fracas para seu superior hierárquico, o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto. À tarde, o ministro foi chamado ao Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede provisória da Presidência da República, e teria sido orientado a exigir explicações que sufocassem a crise ou a abreviasse, com a exoneração do secretário nacional de Justiça. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.