O governo acredita que a crise enfrentada pelo DEM, com denúncias de corrupção envolvendo o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, renderá dividendos políticos ao PT nas eleições de 2010. Na avaliação do Palácio do Planalto, o escândalo do mensalão do DEM atinge em cheio não só a candidatura de Arruda à reeleição como a aliança do partido com o PSDB para a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em conversas reservadas, auxiliares de Lula dizem que a oposição está “provando do seu próprio veneno”. Na crise do mensalão que dizimou a cúpula do PT e sacudiu o governo, em 2005, parlamentares do DEM falaram em impeachment do presidente.
A crise na oposição aterrissou em Brasília no momento em que a cúpula do PT comemora resultado de pesquisa encomendada ao Instituto Vox Populi, mostrando o crescimento da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, como candidata petista à sucessão de Luiz Inácio Lula da Silva. Apesar de ainda ser desconhecida pela maioria da população, Dilma já superou a meta de 20% das intenções de voto estabelecida pelo PT.
Em entrevista à Rádio Bandeirantes, Dilma falou ontem do escândalo. “Eu tinha uma impressão muito respeitosa em relação ao governador Arruda. Fiquei surpresa e triste. Acho muito ruim vermos episódios como esse”, disse. A ministra tachou as imagens de “escandalosas”, mas considerou positivo o fato de o caso vir à tona, para que as irregularidades não prossigam.
Roriz
No cenário regional, o PT avalia que o novo escândalo fez não só o DEM, mas também o ex-governador Joaquim Roriz (PSC) cair em desgraça, fortalecendo o ex-ministro Agnelo Queiroz na briga pela cadeira de Arruda.