Um dia depois de se negar a prestar depoimento no Conselho de Ética da Câmara Municipal de Curitiba, a jornalista Cláudia Queiroz Guedes, esposa do presidente da Câmara, João Cláudio Derosso (PSDB) se apresentou para prestar esclarecimentos à Promotoria de Proteção ao Patrimônio Público do Ministério Público Estadual, na tarde desta quarta-feira. Cláudia foi intimada a explicar a contratação de sua empresa, Oficina de Notícias, para prestar serviços de comunicação para o Legislativo municipal entre os anos de 2006 e 2010. A empresa de Cláudia recebeu R$ 5 milhões na Câmara neste período.

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Ao Conselho de Ética, a jornalista alegou problemas médicos para não aparecer na reunião marcada para o fim da tarde de terça-feira, mas comprometeu-se a responder a todos os questionamentos por escrito. Com prazo esgotando hoje para a conclusão dos trabalhos e entendendo já ter elementos suficientes para a confecção do relatório, os vereadores que formam o conselho abrirão mão das perguntas por escrito. O relatório final do conselho será votado na tarde desta quinta-feira

Na sessão desta quarta-feira, a oposição mostrou descontentamento com as “apenas” duas vagas que conseguiu na CPI instalada para investigar os contratos de Derosso. O líder da oposição, Algaci Tulio (PMDB) insistiu para que se aumentasse de nove para 11 os integrantes da CPI, mas não foi atendido pela mesa. A CPI deve ser instalada sexta-feira, mas só começará a trabalhar após o feriadão de setembro.

Também nesta quinta-feira vence o prazo para que a mesa se manifeste sobre o requerimento da oposição para que Derosso se afaste da presidência da Casa durante a CPI. Apesar de o vice-presidente da Câmara, Sabino Picolo (DEM) já ter dado declarações de que não poderia receber o pedido porque ele foi protocolado de maneira equivocada, como questão de ordem e não como requerimento, os vereadores do grupo que defende o afastamento ainda acreditam que o pedido pode ir À votação. “É uma questão de ordem sim. O presidente deveria se declarar impedido de presidir a Câmara. Como ele não fez, estamos invocando uma questão de ordem para que aconteça o afastamento”, justificou Algaci Tulio. A oposição já avisou que procurará a Justiça caso a Mesa não leve o pedido a votação na próxima sessão, segunda-feira.

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