O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, José Múcio, disse na tarde desta tterça-feira (3) que a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os fundos de pensão de estatais “só causaria tumulto no Legislativo”. Múcio disse ter ponderado aos líderes do PMDB e especialmente ao deputado Eduardo Cunha (RJ), autor da proposta de instalação da CPI, que uma investigação na Câmara vai dividir tanto a Casa quanto o Senado. “A CPI divide os parlamentares. O ano 2009 não é só véspera de eleição, como muitos querem. É ano de crise e temos de ser solidários com o governo e o País”, disse o ministro.
Para José Múcio, não há necessidade de CPI para investigar os fundos. “A CPI é uma última instância. Não podemos vulgarizar nem estabelecer CPI por questão de ressentimento”, disse o ministro, numa referência do PMDB, que viu fracassar a tentativa de mudar a direção do Real Grandeza, fundo de pensão dos funcionários de Furnas e da Eletronuclear.
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, que foi um dos articuladores para a mudança de comando no Real Grandeza, disse que não inspirou a instalação da CPI e nem pediu. “O presidente da Câmara certamente vai examinar”, afirmou. “Eu até nem sei se há outras CPIs na frente dessa e não sei se vai funcionar”, acrescentou Lobão. Ele voltou a afirmar que defendeu a mudança de comando no fundo de pensão a pedido do presidente de Furnas, que não estava se entendendo com a diretoria do Real Grandeza. “Esse é um assunto ao qual não quero mais comentar. Já dei todas as explicações que tinha que dar”, disse Lobão.
Ele e o ministro José Múcio participam do almoço de posse da nova diretoria da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde, Suplementar e Capitalização (CNSeg), que conta com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.