Para Mangabeira, terceiro mandato ‘passa da conta’

O ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos Roberto Mangabeira Unger afirmou hoje ser contrário à hipótese de um terceiro mandato para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Para dizer a verdade, eu era contrário a um segundo mandato (presidencial). É uma posição histórica minha. Eu me opunha à ideia de reeleição, considero que foi uma péssima inovação constitucional”, disse, acrescentando que terceiros mandatos presidenciais “passam da conta”. Unger participou hoje do 25º Encontro Nacional de Sindicatos Patronais do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, no Rio de Janeiro.

O ministro informou que nunca conversou com o presidente Lula a respeito de um terceiro mandato presidencial. “O que eu sei é que ele repetidamente se manifestou contra essa ideia, e com muita razão”, afirmou. Mangabeira disse ser muito comum, em todos os países, a construção de imagens de indivíduos insubstituíveis em posições de governo. “Mas já se observou que os cemitérios estão cheios de ossos dos insubstituíveis”, afirmou. “Nós precisamos organizar nossa vida nacional em torno de instituições e não em torno de indivíduos. Indivíduos são importantes na medida em que encarnam tarefas institucionais e aspirações coletivas.”

Quando questionado sobre a sua posição a respeito da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras e o impacto do tema sobre a imagem do atual governo, o ministro não quis falar sobre o assunto. “Tenho uma tarefa no governo que é de focar na construção de um projeto de Estado, e não apenas em um plano de governo, resistindo à tendência universal da vida política, de todas as nações, de confundir o que é urgente com o que é importante”, afirmou. “Se eu começar a comentar assuntos cotidianos, eu começaria a erodir qualquer legitimidade que eu tiver para tratar de assuntos de Estado.”

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