As declarações do candidato à Presidência do PDT nas eleições 2018, Ciro Gomes, de que é necessário restaurar a autoridade do poder político”, fazendo com que juízes e o Ministério Público voltassem para suas “caixinhas”, foi criticada por juízes e analistas nesta quarta-feira, 25. Para eles, as falas do pedetista põem em risco a independência do Judiciário.

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“Isso faz parte da reação de parte da política ao trabalho de juízes independentes. O mundo político precisa entender que o país precisa e quer trilhar outro caminho”, avalia Fausto De Sanctis, desembargador do Tribunal Regional Federal da 3ª Região.

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Em entrevista concedida ao programa Resenha, da TV Difusora, no Maranhão, no dia 16 deste mês, e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo nesta quarta-feira, 25, o candidato do PDT afirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Operação Lava Jato, só teria chance de sair da cadeia se ele (Ciro) fosse eleito.

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“Só tem chance de sair da cadeia se a gente assumir o poder e organizar a carga. Botar juiz para voltar para a caixinha dele, botar o Ministério Público para voltar para a caixinha dele e restaurar a autoridade do poder político”, afirmou Ciro.

Ciro tentava explicar a estratégia do PT em insistir na candidatura de Lula – mesmo após a condenação em segunda instância da Justiça e prisão.

Durante fórum promovido pelo jornal nesta quarta-feira, com a participação de juízes, advogados e economistas, as declarações repercutiram. “Se ele fizer isso, ele segue o caminho da Venezuela e de outros países totalitários. Mas parto da hipótese que o Brasil já escolheu a via democrática”, disse a economista Maria Cristina Pinotti.