Para acelerar o processo do mensalão, o ministro Luiz Fux, novo relator, sinalizou nesta terça-feira, 24, que não deverá promover um novo e amplo julgamento do caso. Quando a ação voltar a ser julgada no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), a ideia dele é restringir a discussão às teses que provocaram divergência durante a votação do processo sobre o esquema de corrupção que vigorou durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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“Os embargos infringentes são adstritos à matéria objeto da divergência. Por isso não é rejulgamento. Só julga o que foi objeto da divergência”, afirmou o ministro. “Eu acho que, em princípio, toda parte desfavorável, todas as decisões que têm divergência, são passíveis de embargos infringentes. Tudo quanto foi divergente e desfavorável aos réus será objeto de discussão no plenário”, disse.

A data do julgamento dos recursos novos não está marcada. Mas o prognóstico é de que a votação dos recursos de 12 dos 25 condenados ocorra no próximo ano. Esses réus foram considerados culpados, mas garantiram pelo menos quatro votos absolutórios, o que lhes dá o direito de propor os novos recursos denominados embargos infringentes.

A expectativa é de que os ministros do STF debatam a caracterização dos crimes nos quais a condenação foi apertada. E os debates mais acalorados deverão ocorrer durante o julgamento dos recursos dos condenados por formação de quadrilha. Entre eles, está o ex-ministro da Casa Civil do governo Lula, José Dirceu.

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No julgamento original do caso, uma corrente minoritária de ministros concluiu que não houve quadrilha. Para eles, somente existe quadrilha quando um grupo se une de forma duradoura e com o objetivo único de cometer crimes. Mas a maioria dos integrantes do STF concluiu que havia uma quadrilha já que mais de três pessoas se juntaram para cometer os crimes praticados no esquema.

Neste mês, o Supremo encerrou o julgamento dos primeiros recursos dos 25 condenados por envolvimento com o mensalão. A maioria das condenações foi mantida tal como definida no ano passado pelo tribunal. No entanto, parte dos réus garantiu uma vitória ao convencer a maioria dos ministros que tinham direito aos embargos infringentes.

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O resultado do julgamento dos primeiros recursos, finalizado neste mês, ainda não foi publicado oficialmente pelo STF. A publicação somente deverá ocorrer após todos os ministros do STF liberarem seus votos. Isso ainda não ocorreu. Mas Luiz Fux já iniciou o trabalho para preparação da análise dos novos recursos. “Estou fazendo comparação entre votos para verificar a extensão da divergência”, disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.