Os partidos que supostamente receberam doações ilegais da empreiteira Camargo Corrêa decidiram rechaçar as acusações de caixa 2 nas eleições do ano passado. As denúncias foram levantadas ontem, após a deflagração da Operação Castelo de Areia, da Polícia Federal. Sete legendas foram citadas: (PPS, PSB, PDT, DEM, PP, PMDB e PSDB). O PPS ameaçou responsabilizar civil e criminalmente seus autores. Em carta assinada por seu presidente nacional, Roberto Freire, o partido classificou a acusação como “leviana” e afirmou que ação da Polícia Federal foi orquestrada “pelo governo Lula para tentar atingir os partidos de oposição”.
A ação teve como alvo esquemas de suposta lavagem de dinheiro, fraude em licitações, formação de quadrilha e evasão de divisas envolvendo a construtora Camargo Corrêa, e também investigou doações supostamente ilícitas a partidos políticos. O deputado Jader Barbalho (PMDB), presidente do diretório regional do partido no Pará, recebeu com “estranheza” a suposta ligação de sua base com a empreiteira. “Não temos nenhum relacionamento com dirigentes da Camargo Corrêa. Se recebemos, recebemos na conta do partido. Desconheço qualquer ilegalidade.”
Rodrigo Maia, presidente nacional do DEM, declarou apoio à investigação, desde que “feita dentro dos limites estabelecidos pela legislação em vigor”. Segundo ele, todos os atos relativos às eleições “foram feitos de acordo com as leis do País”. PSDB, PSB, PDT e PP, também citados como supostos receptores de doações ilegais, afirmaram por meio de nota que suas movimentações de campanha estão contabilizadas. Seus representantes avisaram ainda que condenam a prática de caixa 2. A Camargo Corrêa manifestou “perplexidade” com as denúncias.