Para Dilma, interpretação a discurso é ‘vilania’

A ex-ministra-chefe da Casa Civil e pré-candidata do PT à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff, classificou hoje de “vilania” a interpretação sobre sua declaração feita de sábado em São Bernardo do Campo (SP). Em Fortaleza, ela afirmou não ter se referido aos exilados e nem mesmo ao tucano José Serra, mas sim tratado de ataques feitos contra a campanha dela.

Segundo Dilma, o objetivo de seus opositores com o que chamou de “distorção” seria fugir do debate de propostas. E alfinetou, parodiando o “slogan” de Serra: “Nós temos muito a apresentar e a discutir. Não é que nós podemos mais. Nós fizemos mais”.

“Não precisa tentar me atemorizar porque eu não vou ser atemorizada. Não precisa achar que debaixo da saraivada de críticas que eu recebo diariamente, eu vou deixar de pensar no que eu acredito e nem que vou deixar de fazer aquilo que eu creio. É esse o sentido. É uma fala extremamente atual”, reiterou.

Dilma disse ser imune aos ataques. “Podem ter certeza que certos usos incorretos das minhas palavras, certas tentativas de distorção não pegam. Essa a respeito dos exilados, me parece, é da mesma categoria daquela que o senador José Agripino (DEM-RN) tentou fazer comigo lá no Senado. Ele pegou um papel e começou a ler dizendo que eu era uma pessoa que mentia porque tinha dito que mentia sob tortura”.

A ex-ministra explicou que não se referiu aos exilados quando disse que não fugia da luta. “Tanto a clandestinidade como o exílio eles tinham o mesmo efeito. A gente entrava na clandestinidade ou no exílio não porque queria, não porque a gente optava. A gente fazia isso por um motivo muito simples: porque muitas vezes era a diferença entre a vida e a morte”. E reiterou: “Eu repudio integralmente. Considero mesmo que é uma vilania as interpretações forçadas que querem ler a seguinte frase: ‘Eu não fujo da situação quando ela fica difícil. Eu não tenho medo da luta. Eu posso apanhar, sofrer e ser maltratada como já fui, mas estou sempre firme com as minhas convicções’. Interpretar isso como sendo uma crítica ao exílio ou medo da clandestinidade é uma vilania”.

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