O presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), afirmou nesta sexta-feira (31) que pela primeira vez nos últimos anos o Partido dos Trabalhadores não terá um candidato natural à Presidência da República. Por esta razão, ele defende que a legenda trabalhe no sentido de construir uma candidatura própria. "Um partido com a dimensão do PT não pode abdicar do direito de discutir e tentar construir uma candidatura própria", reiterou, durante o 3º Congresso Nacional da legenda.
Apesar da defesa, Chinaglia lembrou que é preciso também levar em conta os partidos de coalizão do governo do Lula. "O PT tem maturidade suficiente para levar em conta as outras forças de coalização", emendou. Porém, reconheceu que o tema deverá ser um dos mais polêmicos deste congresso. "Este é o fio da navalha que este congresso terá de trabalhar."
O presidente da Câmara disse não saber se a legenda irá formalizar nas conclusões do congresso a candidatura própria para as próximas eleições presidenciais. Na sua avaliação, nos últimos anos o discurso nacional do PT girou em torno do presidente Lula. Por esta razão, ele defende a construção de novos nomes.
Chinaglia não quis discutir o mérito da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que abriu ação penal contra 40 envolvidos no esquema do mensalão. "Qualquer avaliação de um processo judiciário é insuficiente enquanto ele não terminar." Ele acredita, porém, que as questões políticas que envolvem a sua legenda neste fato deverão ser avaliadas neste 3º Congresso do PT.