A Câmara poderá criar mais duas comissões permanentes para destinar o comando dos trabalhos ao PSD. Com 47 deputados em exercício, o PSD forma a quarta maior bancada na Casa, atrás do PT, do PMDB e do PSDB. No final do ano passado, a Câmara aprovou um projeto do presidente, Marco Maia (PT-RS), criando 66 cargos para serem preenchidos sem concurso público pela bancada do PSD ao custo de R$ 10 milhões anuais para os cofres públicos. Além disso, Maia garantiu à legenda mais 40 cargos no próximo ano.
As presidências das 20 comissões permanentes são divididas entre os partidos proporcionalmente ao tamanho das bancadas eleitas. Quem elegeu mais deputados em 2010 comanda mais comissões. A entrada do PSD, criado no ano passado principalmente com a migração de deputados do DEM, muda a distribuição. Marco Maia afirmou hoje que pretende ter uma definição sobre as comissões dentro de 15 dias.
O DEM e o PR, que diminuíram suas bancadas, teriam de abrir mão de duas presidências, se os espaços forem redistribuídos simplesmente de acordo com as bancadas atuais. No entanto, não aceitam essa redução. Uma das hipóteses em estudo é o desmembramento da comissão de Esporte e Turismo e da Educação e Cultura. O tamanho da bancada também define a ordem da escolha da comissão que os partidos pretendem presidir. Nessa regra, o PSD poderá ficar, por exemplo, com a Comissão de Saúde e Seguridade Social, Agricultura ou Transportes, as geralmente escolhidas em quarto lugar.
O PT continuará comandando neste ano a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), por onde passam todos os projetos. A bancada já se decidiu pelo deputado Ricardo Berzoini (PT-SP) em substituição ao atual presidente, deputado João Paulo Cunha (PT-SP). Além da CCJ, as comissões de Agricultura, Minas e Energia, Finanças e Tributação e Ciência e Tecnologia também são bastante cobiçadas.