O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, afirmou ontem que o PSDB começa a perceber que sua eventual candidatura ao Palácio Planalto poderá evitar uma “polarização” ou “tentativa de eleição plebiscitária” em 2010, conforme estratégia atribuída ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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Aécio voltou a argumentar que se considera capaz de agregar outras forças políticas, inclusive de partidos que estão atualmente na base aliada ao governo. Mas disse que o encontro com o deputado Ciro Gomes (PSB-CE), previsto para a próxima terça-feira, em Belo Horizonte, não tem por objetivo enfraquecer a pré-candidatura do governador paulista José Serra (PSDB).

“Esse não é o objetivo. Vejo que algumas análises podem até ir nessa direção, mas isso (sua relação com o deputado do PSB) não é um fato construído artificialmente”, observou.

Aécio e Ciro ensaiaram uma aliança durante a campanha para a eleição do prefeito da capital mineira, Márcio Lacerda (PSB), em 2008. Em julho, no último encontro entre os dois em Belo Horizonte, o deputado causou desconforto no PSDB ao criticar duramente Serra, tendo o governador mineiro ao seu lado. Ciro também chegou a alegar que poderia desistir de concorrer novamente ao Palácio do Planalto caso Aécio consiga se viabilizar como candidato tucano. O deputado também é cotado para a disputa pelo governo paulista com o apoio do PT.

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“Tenho com o ministro relações pessoais que são públicas e as manterei, pelo menos da minha parte, sempre. Isso não significa que estaremos no mesmo campo político”, salientou o governador, destacando que ambos possuem seus “limites”.