Socos e pontapés

Pancadaria marca sessão na Assembleia Legislativa

Em uma sessão tensa e sob protestos dos professores que compareceram à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), os deputados aprovaram ontem o projeto de lei que prorroga por um ano o atual mandato dos diretores das 2,1 mil escolas estaduais. Foram 32 votos a favor e 13 contra. Houve confronto entre os seguranças da Casa e manifestantes, que alegam ter sido agredidos.

A votação aconteceu com o plenário transformado em Comissão Geral. O procedimento, permitido pelo Regimento Interno, é conhecido como “tratoraço”, por “atropelar” a discussão normal do projeto de lei nas comissões da Casa. Com a aprovação, o projeto segue para a sanção do governador Beto Richa (PSDB). O Sindicato dos Professores do Paraná (APP-Sindicato), porém, promete ir à Justiça contra a medida.

Quatro professores ficaram feridos durante o confronto com os seguranças. Segundo informações da APP-Sindicato, a briga começou após um dos representantes da entidade ser retirado de dentro do plenário, a pedido do presidente da Alep, Valdir Rossoni (PSDB). Os profissionais que comandaram a retirada teriam agido com violência e, por isso, os professores começaram a enfrentá-los.

Dois docentes machucaram o braço e suspeita-se que um deles tenha fraturado o membro. O terceiro ferido levou chutes nas costas e foi atendido por reclamar de falta de ar. Todos foram encaminhados à unidade médica da Alep. A professora que apresentou sinais de fratura no braço foi encaminhada pelo Samu a um hospital. Outros dois feridos também serão levados a hospitais para que realizem exames médicos. Segundo a APP-Sindicato, um quarto ferido teria saído da Alep sem atendimento.

Por meio de sua assessoria de imprensa, a Alep confirmou a confusão. O órgão ressaltou que muitos manifestantes também se excederam após deixarem o plenário, com uso de xingamentos e palavras como “golpistas” e “mercenários”.
Na Justiça

Após a votação, Hermes Leão, presidente da APP-Sindicato, informou que a categoria vai se reunir na manhã de hoje para definir as medidas judiciais que serão tomadas contra a proposta do governo. “Há fortes indícios de inconstitucionalidade. O projeto foi enviado à Assembleia com o processo eleitoral já em andamento, nos prazos determinados pela legislação”, criticou.

“A maioria dos professores é a favor do projeto. Nossa intenção é melhorar e qualificar o processo de escolha dos diretores”, rebateu o líder do governo na Alep, Ademar Traiano (PSDB).

Mudança

As eleições de diretores, que estavam marcadas para o dia 26 de novembro, foram suspensas no dia 29 de outubro, até a votação do projeto. Com a aprovação da proposta, o pleito fica adiado até o final de 2015.

Atualmente, a lei prevê duração de três anos para a gestão dos diretores e diretores auxiliares. Com o projeto aprovado, os atuais gestores, que deveriam ficar no cargo até o fim deste ano, permanecem até 2015.

De autoria do Poder Executivo, o texto do projeto argumenta que o adiamento da eleição para daqui um ano vai permitir a abertura de um processo de debate de propostas que possam melhorar o atual modelo de escolha dos diretores. (Com informações da Gazeta do Povo).

Divulgação/APP-Sindicato
Flagrante da briga na Alep.
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