A procuradora-geral da República Laura Gonçalves Tessler afirmou que o montante já documentado de valores repassados ao ex-ministro Antonio Palocci totaliza R$ 128 milhões, conforme planilha do Grupo Odebrecht apreendida pela força-tarefa da Operação Lava Jato.

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Além disso, existe um saldo de R$ 70 milhões presente na planilha em valores que ainda estão sob investigação para se identificar se já foram repassados e quem teria recebido tais valores, disse Laura. “Palocci atuava como gestor da conta desde 2006 até, pelo menos, novembro de 2013, comprovadamente com pagamentos documentados nessa planilha”, sintetizou a procuradora.

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Ela acrescentou que, nos anos de 2014 e 2015, após a deflagração da Operação Lava Jato, foram identificados e-mails, com mensagens criptografadas, que se referem a encontros entre Palocci e o presidente da construtora, Marcelo Odebrecht. “Isso indica que continuavam as atividade ilícitas, já que para meras reuniões banais não precisariam de mensagens criptografadas”, apontou.

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Ela acrescentou que os valores repassados ocorreram tanto em período eleitoral, quanto fora dele, o que também levanta a suspeita de que se tratam de propina, já que “não havia campanha (política em andamento) que subsidiasse a realização dos pagamentos”.

Laura observou que, ao todo, foram identificadas mais de 30 reuniões entre Palocci e os membros do alto escalão da construtora, muitos deles realizadas na própria residência do ex-ministro, o que denota, segundo a procuradora, que havia interesse de que os encontros tivessem caráter sigiloso.