Em petição ao relator da Operação Lava Jato no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, João Pedro Gebran Neto, o ex-ministro Antonio Palocci afirmou ter indicado à Polícia Federal três testemunhas sobre supostas entregas de dinheiro narradas no âmbito de sua delação premiada. O documento é de 11 de junho deste ano, e foi tornado público nesta quinta-feira, 4.

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Por meio de seu então advogado, Adriano Bretas, o ex-ministro dos governos Lula e Dilma afirmou que suas declarações não são “destituídas de elementos probatórios”. Ainda argumentou que, em sua colaboração, “já apresentou à autoridade policial documentos que corroboram o que foi por ele afirmado, tais como: contratos, dados bancários, notas fiscais, manuscritos, e-mails, comprovantes de supostas ‘doações oficiais’, etc”.

“Além de apresentar tais documentos, Antonio Palocci Filho já indicou à Polícia Federal de que modo suas declarações podem ser comprovadas. Para ilustrar com um único exemplo dentre os vários possíveis, o peticionário já apontou três pessoas que podem testemunhar sobre os fatos, os encontros e as entregas de valores ilícitos por ele narradas”, afirmam os advogados.

Os defensores ainda afirmam que, além de “indicar provas testemunhais, Antônio Palocci Filho também já realizou o reconhecimento de diversas pessoas e indicou agendas oficiais e atos de ofício que comprovam o que foi por ele afirmado em sua colaboração”.

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No documento, os advogados respondem a manifestação do Ministério Público Federal que questiona sua delação premiada.

Um dos termos do acordo foi divulgado nesta segunda-feira, 1, pelo juiz federal Sérgio Moro. O anexo narrava suposto loteamento de cargos na Petrobras em troca do abastecimento de campanhas políticas. O ex-ministro reafirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinha conhecimento, desde 2007, de supostos esquemas de corrupção na Petrobras, revelou que 90% das Medidas Provisórias estavam relacionadas ao pagamento de propinas e ainda disse que as campanhas que elegeram a ex-presidente Dilma Rousseff em 2010 e 2014 custaram R$ 1,4 bilhão, valor bem acima do declarado ao Tribunal Superior Eleitoral.

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Os documentos foram anexados a ação penal em que o ex-presidente é réu por supostas propinas de R$ 12,5 milhões da Odebrecht, na forma da suposta aquisição de um terreno para o Instituto Lula e de um apartamento em São Bernardo do Campo.