“Ladrão não é palhaço, é ladrão e tem que estar preso”, disse o palhaço Plim Plim na abertura no do 1º Seminário dos Palhaços Brasileiros, esta manhã, na Câmara dos Deputados. O encontrou foi idealizado pelo palhaço e colocado em prática por deputados da Comissão de Educação.

continua após a publicidade

A ideia era discutir projetos de lei que garantam direitos trabalhistas para a categoria e cumprimento da lei 6.533/78 que prevê o acesso dos filhos dos profissionais circenses às escolas públicas. Mas, sem a presença de parlamentares para discutir as propostas (apenas dois compareceram), o seminário acabou em protesto contra quem associa a figura do profissional circense ao político corrupto.

“Corrupção não tem graça nenhuma. A própria palavra corrupção não rima com alegria. Tem que botar esses caras na cadeia. Ladrão não é palhaço, é ladrão e tem que estar preso. Ainda tem quem coloque um nariz de palhaço e vai protestar. Isso me entristece porque nós somos uma profissão séria que tem que ser respeitada”, protesta Plim Plim que, despido da fantasia, é José Carlos Santos Silva. O escândalo político envolvendo o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, para ele não é palhaçada. “É fuleragem”.

O deputado Paulo Runs Santiago (PDT-PE) criticou notas veiculadas na imprensa ironizando o encontro. “Como se um parlamentar da Comissão de Educação não pudesse apoiar um evento cultural, ainda mais eu que, antes de ser deputado, fui artista de teatro mamulengo”, disse, nos poucos minutos que esteve presente ao encontro. João Matos (PMDB-SC), um dos signatários do requerimento de seminário, chegou ao final do evento, bateu palmas, mas não discursou. Os demais, Carlos Biffi (PT-MS), e Edgar Mão Branca (PV-BA) mandaram funcionários dos gabinetes representá-los.

continua após a publicidade

Seminário

Feitos os protestos, o seminário começou com uma hora e meia de atraso. A mesa de debates ficou composta assim: Homem de Lata sentou-se no meio, Palhaço Zocrinha na ponta direita, Florentino, cantor do menor circo do mundo (ônibus-moradia no qual Plim Plim roda a cidade se apresentando), entre os dois. Na ponta esquerda, o palhaço Plim Plim e a filha de seis anos, Vitória, sorrindo de orelha a orelha. “Gosto de ter pai palhaço porque ele é engraçado”, ela contou aos jornalistas, maioria entre os poucos espectadores.

continua após a publicidade

Este ano, segundo o palhaço Plim Plim, o quórum foi menor porque os outros palhaços da cidade têm ciúmes dele. “Esses que têm ciumeira do palhaço Plim Plim e não querem lutar pela dignidade da profissão podem ir lá fazer protesto e segurar o panetone do (governador José Roberto) Arruda na rua”, ironizou.