O Palácio do Planalto montou uma operação para blindar o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, acusado de multiplicar o próprio patrimônio por 20 num período de quatro anos. A estratégia contou com uma espécie de “nada consta” pronunciado pela Comissão de Ética Pública da Presidência e enfáticas declarações de apoio palacianas, apesar de algumas vozes isoladas dentro do próprio PT terem defendido que Palocci torne pública a declaração de Imposto de Renda para dissipar as dúvidas sobre seu patrimônio.

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Em reunião com a coordenação do governo, na segunda (16) pela manhã, a presidente Dilma Rousseff disse que a denúncia faz parte de um jogo político para desestabilizar o início da gestão. “Isso é guerra política, mas não tem como prosperar”, afirmou, segundo relatos de dois ministros presentes à reunião – o próprio Palocci estava presente. De qualquer forma, enquanto a oposição e até alguns petistas cobravam explicações públicas do ministro, o governo formou um cordão de proteção em torno do braço direito de Dilma.

Nas fileiras do PT, no entanto, não houve defesa incondicional de Palocci. Os senadores Walter Pinheiro (BA) e Eduardo Suplicy (SP) disseram esperar que o ministro dê mais detalhes sobre sua atuação empresarial, que teria lhe garantido os rendimentos para adquirir em 2010, num bairro nobre de São Paulo, um apartamento de R$ 6,6 milhões. Um ano antes, ele havia adquirido um escritório por R$ 882 mil.

Os imóveis, segundo revelou o jornal Folha de S. Paulo, foram comprados pela empresa de consultoria Projeto, da qual o ministro tinha 99,9% do capital. Em 2006, quando concorreu a deputado, Palocci declarou patrimônio de R$ 375 mil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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