O presidente da República eleito, Jair Bolsonaro (PSL), disse em entrevista à Band TV nesta segunda-feira, 5, após receber o embaixador da China no Brasil, Li Jinzhang, que tem interesse de aumentar seus negócios com o país, mas que “todos os países podem comprar no Brasil, mas não comprar o Brasil”. “Está na cara que China quer aumentar negócios com Brasil. Não teremos nenhum problema com a China, pelo contrário, (negócio) pode ser até ampliado”, afirmou.
Sobre o encontro com representantes da diplomacia italiana, Bolsonaro disse ter afirmado a eles que Cesare Battisti irá retornar ao país, mas ressalvou que ainda será necessário o posicionamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o assunto. No lugar do Mercosul, ele reforçou, Brasil apostará em relações bilaterais no continente.
Ao falar novamente sobre a Reforma da Previdência, Bolsonaro voltou a declarar que quer que as mudanças saiam no início do ano que vem, caso a proposta atual não seja votada esse ano ainda. Ele reafirmou que “não existe recriação da CPMF” e que é preciso “puxar a orelha de um assessor para não ir além do que lhe compete”.
Ele declarou também que tem conversado com parlamentares e argumentado que, se seu “governo der errado, PT tem tudo pra voltar; em voltando, não sai mais”. Ele entoou ainda o discurso de que o País “não terá outra chance” de “mudar seu destino”. Ao comentar críticas do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, disse que ficaria preocupado se fosse elogiado por ele.
Ao ser perguntado sobre o destino do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde abril, ratificou que “não existe possibilidade” de ele receber um indulto presidencial em seu governo.
Ao comentar o veto a jornalistas de O Estado de S. Paulo, da Folha de S. Paulo, de O Globo e do Valor na última quinta-feira, 1, em entrevista em sua casa, disse: “Eu não brigo com a imprensa, a imprensa é que briga comigo”. “Não podia entrar mais gente. Se entrasse, ia ter bagunça. Tinha uns 30 repórteres aqui dentro”, argumentou.
Criticando mais uma vez a “Folha” por reportagens durante a campanha, ele disse ainda: “Minha bronca não é com a imprensa. Quero que a Folha se retrate. Gostaria, não posso exigir. Quem vai decidir se a Folha vai ficar viva não sou eu, são seus leitores”.
Ele criticou a intervenção federal na segurança do Rio, decretada em fevereiro e com validade até 31 de dezembro. “Não teve qualquer planejamento. Lavaram as mãos. Talvez pensando no período eleitoral, botaram esse abacaxi nas costas das Forças Armadas. Sabemos da insatisfação, do incômodo que era a participação de uma ação como essa sem retaguarda jurídica, sabendo que em caso de qualquer anormalidade um dos seus poderia ser submetido a uma auditoria militar. Queremos evitar isso daí. Quem paga a missão dá os meios”.