Para desmentir as afirmações do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que não há crise migratória, 14 países latino-americanos divulgaram na noite de ontem (18) uma nota afirmando ter recebido cerca de 1,5 milhão de migrantes venezuelanos em 2017 e 2018. Os países integram o chamado Grupo de Lima, que pressiona contra a realização das eleições na Venezuela, marcadas para amanhã (20), por considerá-las ilegítimas.

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“A deterioração da situação econômica, social e humanitária na Venezuela tem provocado, nos últimos dois anos, um aumento massivo da migração venezuelana, impactando especialmente os países da região”, diz a nota. Ela informa as seguintes quantidades de migrantes recebidos: a Argentina 82 mil venezuelanos; Brasil, 50 mil; Colômbia, 800 mil; Chile, mais de 160 mil; Guatemala, 15.650; México, 65.784; Panamá, 65.415; Paraguai, 2.893; e Peru, 298.559. A nota acrescenta que, após migrar para esses países, muitos venezuelanos seguem para outros destinos.

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Os números são consistentes com as estimativas do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e pela Organização Internacional para as Migrações (OIM), que falam em 1,5 milhão e 1,6 milhão de migrantes venezuelanos, respectivamente.

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“Isso tem gerado uma série de desafios para os países receptores, em diferentes âmbitos, como o humanitário e sanitário, incluindo a desnutrição e o reaparecimento de doenças que já haviam sido erradicadas ou controladas”, diz a nota. “Do mesmo modo, a capacidade para prestar serviços básicos, como o acesso à educação e a proteção de crianças e adolescentes, entre outros, enfrenta sérios desafios.”

Diante desse quadro, os países do Grupo de Lima reforçaram o pedido para que a Venezuela permita a chegada de ações de ajuda humanitária àquele país. E pedem também que seja estabelecido um sistema de informações epidemiológicas com os países vizinhos.