A qualidade institucional e os poderes autônomos diferenciam o Brasil de seus pares no Brics – que inclui ainda China, Rússia, Índia e África do Sul -, afirmou em palestra no Rio o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Armando Monteiro. Ele disse que a crise é uma oportunidade para a reorganização da política brasileira e criticou o presidencialismo de coalizão.
Monteiro também indicou que o País tem “maturidade institucional”, independência entre os poderes e uma democracia sólida, mas que demanda reformas no sistema eleitoral.
“Qual é o país dos Brics em que os poderes têm esse grau de independência, me permita dizer, às vezes independentes até demais. Eu gostaria que fossem independentes e que houvesse um marco maior de cooperação em certas circunstâncias”, disse. “Mas o que importa verdadeiramente é que temos poderes autônomos, portanto, é nesse ambiente, e com essa qualidade institucional que o Brasil se diferencia de muitos países”, emendou.
Questionado sobre a prisão, na quarta-feira, 25, do senador e líder do governo Delcídio Amaral (PT-MS), o ministro afirmou que a decisão do STF e do Senado sobre a manutenção da prisão são “definitivas”. “Mas não vejo uma aproximação com o governo”, despistou Monteiro, encerrando a entrevista após a palestra.
Durante o pronunciamento, o ministro disse que a crise econômica e política vivida pelo País é uma oportunidade “grande demais para desperdiçarmos”. Segundo ele, é preciso fazer com que o sistema político brasileiro seja menos disfuncional e buscar a governabilidade que o presidencialismo de coalizão não proporciona hoje disse, dando como exemplo a fragmentação dos partidos, a dificuldade em formar maiorias e aprovar agendas e reformas econômicas fundamentais para o País.
“É preciso reformar o presidencialismo de coalizão. Não proponho outro modelo, mas mudanças no sistema eleitoral, como o voto distrital misto. São mecanismos que possam aperfeiçoar o sistema”, completou.
