O ex-prefeito do Rio Eduardo Paes (PMDB) afirmou que não está preocupado com a possibilidade de ser atingido por uma delação do seu ex-secretário de Obras, Alexandre Pinto, preso nesta quinta-feira, 3, pela Polícia Federal na Operação Rio 40 Graus. “Não me preocupo com isso”, afirmou ele. Paes também afirmou que está “triste e envergonhado” com a ação da Lava Jato, que descobriu um suposto esquema de propina em obras da prefeitura do Rio. Os crimes teriam ocorrido durante a gestão do peemedebista (2009-2016).
Paes declarou que “confiava muito” no seu secretário. “Ele era um quadro técnico e servidor público. Com experiência. Escolha minha”, disse.
O peemedebista afirmou “não estar pensando agora” sobre consequências da ação policial sobre sua carreira política. “Agora é aguardar a investigação”, afirmou. Sobre a declaração dos procuradores de que há indícios de que o esquema pode ter sido usado em outras obras do município, Paes afirmou: “Espero que não”.
De acordo com texto publicado no site da prefeitura, Pinto começou na prefeitura em 1987, quando ingressou nos quadros como diretor da Coordenadoria Geral de Conservação (CGC). Depois, além de também ser presidente da Rio-Águas e subsecretário de Águas Municipais, Alexandre Pinto ainda chegou ao cargo máximo da Coordenadoria Geral de Obras antes de assumir a secretaria, no segundo semestre de 2009.
Carioca e engenheiro (com mestrado em Recursos Hídricos), Alexandre fala com orgulho do seu trabalho à frente da SMO: “Acredito que ser escolhido pelo prefeito para estar aqui, e poder contar com uma equipe tão competente de profissionais para realizar grandes obras na cidade em que nasci e vivo com a minha família, é motivo de muita satisfação. É motivador saber que o nosso trabalho ficará como legado, com as obras de saneamento, mobilidade, incluindo aí a TransOeste, a TransCarioca, entre outras. Para mim, fazer parte de tantas transformações da cidade é uma dádiva”, afirmou, na entrevista.
O texto também fala “dos momentos mais marcantes em sua trajetória na Prefeitura do Rio”. Alexandre conta que dois momentos não saem da memória. “Um deles foi na perfuração da TransOeste, quando já de madrugada, o prefeito e a nossa equipe estávamos na expectativa de ver, literalmente, a luz no fim do túnel. Quando aconteceu, foi um momento maravilhoso. E o segundo foi na obra do Mergulhão de Campinho, afinal, sou do subúrbio. Então poder ver uma obra como essa acontecer, e fazer parte dela, foi muito gratificante.”