Quando o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), precisa formatar projetos ou encontrar inovações para reorganizar órgãos da prefeitura, logo decreta: “Quero um ‘japonês’ na reunião!” Convoca-se um dos três jovens paulistas de origem oriental, coisa rara entre os cariocas, que integram uma espécie de “usina de ideias” na Casa Civil. A missão deles é ouvir os problemas, seja de que área for, e bolar soluções.
Fábio Sakamoto, de 29 anos, Paulo Andrade e Fabiano Tiba, de 27 anos, são um retrato do investimento de Paes em uma nova geração de gestores oriundos da iniciativa privada com formação multidisciplinar, que está mudando a cara da administração municipal carioca. Há dois meses, a administradora Renata Maragno, de 30 anos, trocou São Carlos (SP) pelo Rio para reforçar o time.
Em meio a uma equipe de 20 pessoas, cuja faixa etária vai dos 22 aos 45 anos, eles arregaçaram as mangas e já marcaram gols em parcerias com a iniciativa privada, projetos como a revitalização do Porto, o remodelo da companhia de limpeza, a unificação de ouvidorias, metas para a educação. Em agosto, finalizam um ambicioso plano estratégico, com metas para o Rio até 2020.
Lançados em áreas estratégicas para Paes, da saúde ao transporte, eles avaliam o cenário, organizam ideias dos servidores, cotejam experiências similares, identificam oportunidades e apresentam um plano da ação. “Nosso papel é estrutural. Ajudamos o gestor a organizar e concretizar o que está na cabeça dele”, resume Tiba, engenheiro de computação com mestrado no Canadá.
Na sala onde instalou o cérebro da prefeitura, Paes une jovens qualificados do setor privado com técnicos experientes do quadro da prefeitura para acelerar resultados. O modelo é parecido com o do primeiro mandato do ex-prefeito Cesar Maia (1993-1996), que projetou novos políticos como o próprio Paes e executivos como Maria Sílvia Bastos Marques, que dirigiu empresas como a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e Icatu depois de passar pela Secretaria de Fazenda.
Gestão pública
Com o limite salarial do setor público, que a iniciativa privada não tem, a experiência na gestão pública é o que atrai os jovens executivos para a prefeitura. O canto da sereia do secretário-chefe da Casa Civil, Pedro Paulo Carvalho, é a promessa de que pretende formar uma vitrine exemplar de gestores e projetos bem-sucedidos. “Eles estão aprendendo aqui numa área que está crescendo no mundo inteiro.”