O candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, tentou minimizar o impacto da saída do PP de sua coligação no último dia previsto em lei para a oficialização das alianças. Durante coletiva concedida na tarde desta terça-feira, 1º, no centro da capital, para apresentação de seu vice na chapa, o sindicalista Nivaldo Santana (PCdoB), Padilha ressaltou sua disposição em negociar, mas tratou de colocar o antigo aliado entre os que “já governaram”.
“Sempre fizemos questão de fazer aliança, mas as forças que já governaram o Estado resolveram se reunir em uma outra candidatura, isso faz parte da política”, disse, em referência ao PSDB e ao PMDB, que governou o Estado na década de 90 e agora tem o apoio do ex-governador Paulo Maluf.
O ex-ministro citou sua experiência de décadas na política para dizer que não ficou surpreso com a decisão do partido de Maluf. “A chapa, como está formada, é a única capaz de fazer a ‘mudança de verdade'”, completou. O slogan de campanha do petista foi repetido diversas vezes durante a entrevista. O petista refutou a ideia de que sua candidatura possa perder penetração no interior paulista sem o apoio de Maluf.
Padilha afirmou que as forças políticas do Estado se dividiram em três campos distintos: “Quem governa há 20 anos (PSDB), quem governou 20 anos antes (sobre PMDB e PP) e a única que vai governar o Estado pela primeira vez, que somos nós (PT)”.
Depois de apresentar a chapa, Padilha reafirmou que seu único adversário é o governo do PSDB, que está no poder há 20 anos. Ele confirmou que a intenção é fazer uma polarização que aponte as falhas da atual administração e disse que a bateria do PSDB acabou. “Nunca foi tão sólida a possibilidade de segundo turno em São Paulo”, afirmou.
Ao falar da formação da chapa, Padilha enfatizou o papel de seu vice, Nivaldo Santana, que tem um histórico ligado à Sabesp. “Nesta coligação água não vai faltar”, disse, numa referência ao problema de falta d’água enfrentado pelo Estado atualmente.
Discurso afinado
Presente no encontro, o senador candidato à reeleição Eduardo Suplicy foi na mesma direção do líder da chapa petista ao minimizar a ausência de última hora do partido de Paulo Maluf. Para Suplicy, a candidatura de Padilha dialoga bem com movimentos populares sem a presença do PP. “A coligação, como foi formada, enfatiza mais claramente a característica de candidatura progressista do PT (em São Paulo)”, afirmou o senador.
O candidato ao Senado negou que tenha faltado apoio de Lula no momento da oficialização dos partidos aliados. Para Suplicy, Lula foi e será muito importante na candidatura do ex-ministro da Saúde.
A chapa completa do PT é formada por Alexandre Padilha e Nivaldo Santana (PCdoB), como candidatos a governador e vice. Os dois suplentes de Eduardo Suplicy são José Tadeu Candelária (PR) e Rozane Sena.