Padilha: governo espera STF para tomar medidas no DF

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou apoio “estritamente institucional” ao governador em exercício do Distrito Federal, Paulo Octávio, em audiência realizada na manhã de hoje, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Em nota, divulgada pelo ministro da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Alexandre Padilha, o governo afirma que a questão do Distrito Federal está pendente de decisão no Supremo Tribunal Federal (STF), que analisará na próxima semana o pedido de intervenção federal, “não cabendo ao presidente da República qualquer opinião ou interferência”.

“Definida a situação do Judiciário o governo federal estará pronto para tomar as atitudes cabíveis, visando a normalização da situação da administração e gestão do DF”, afirma o texto. “Cabe à Suprema Corte dar os próximos passos. O governo federal estará preparado para tomar qualquer medida cabível que a Justiça determinar”, completa Padilha.

A postura do governo foi definida em reunião, que ocorreu pouco antes da audiência com o governador, entre o presidente e o ministro da Defesa, Nelson Jobim; o ex-procurador-geral da República e ex-ministro do STF José Paulo Sepúlveda Pertence; o advogado-geral da União, Luiz Inácio Adams; o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto; e o ministro Padilha, quando discutiram a situação política e a questão da linha sucessória no Distrito Federal.

No encontro com o governador, Lula reafirmou que determinou à Controladoria Geral da União (CGU) auditoria sobre o dinheiro liberado pelo governo ao Distrito Federal na gestão de José Roberto Arruda, acusado de comandar o suposto esquema de corrupção que envolve desvio de dinheiro público e pagamento de propina, no chamado “Mensalão do DEM”.

Renúncia

Padilha disse que no encontro com o presidente, Paulo Octávio admitiu que avalia a possibilidade de renunciar ao cargo. E o Lula, segundo relato de Padilha, deixou claro que essa é uma decisão de foro íntimo. Em carta divulgada pela Presidência da República, o governador em exercício afirma que não tem ambições e que qualquer solução que ajude na superação da crise terá o seu apoio.

Ele afirma que quer servir para a retomada dos padrões mínimos de funcionamento e gestão da cidade e que está aberto ao diálogo. Na carta, o governador também agradece o apoio pessoal do presidente, embora a nota divulgada pela Presidência afirme que o apoio do governo federal é “estritamente institucional”.