Os ministros do chamado “núcleo duro” do presidente Michel Temer gravaram vídeos para as redes sociais na madrugada desta quinta-feira, 18, fazendo a defesa do governo e dizendo que o País não pode parar. A estratégia foi usada para rebater as acusações de que Temer teria dado aval para compra do silêncio do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), conforme acusou o executivo da JBS, Joesley Batista, em sua delação premiada.

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Os vídeos foram gravadas por volta das 1h30 desta quinta-feira no Palácio do Jaburu, residência oficial de Temer. O presidente, que na quarta se manifestou por nota negando a versão do empresário, ainda não gravou, mas, segundo fontes do Planalto, o fará “no momento oportuno”.

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O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, destaca em sua fala que a semana estava sendo positiva para o governo e reconhece que foi abalada com a informação. “Essa semana a cada dia nós tínhamos uma manchete altamente positiva para o Brasil. Era o PIB que crescia, era o juro que caia, era a inflação que caia, era a geração de empregos”, disse, destacando o número do IBGE em que o País gerou em abril 59 mil novos postos de trabalho.

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“Pois bem, tudo vinha numa corrente altamente positiva em favor do governo, em favor do Brasil, em favor dos brasileiros. Surge, no entanto, mais uma delação premiada. E essa delação traz fatos que têm que ser sim investigados, tem que ser sim explicados, mas não se tem ninguém condenado antecipadamente”, diz o ministro da Casa Civil.

Padilha afirma ainda que é preciso “ver o que efetivamente foi dito” e que o Judiciário que se encarregará das eventuais punições. “O Poder Judiciário se encarrega daquilo da questão das delações. Nos o governo temos que nos encarregar de governar. O Brasil, os brasileiros não querem parar. Não vão parar. O Brasil não vai parar”, finaliza no vídeo, para frisar a estratégia de que o governo continuará trabalhando normalmente.

Já o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, que é o responsável pela comunicação do governo, ressalta em seu vídeo que o governo foi ontem “surpreendido” pela delação “de um empresário”, diz que é preciso manter “muita serenidade” e também reforça o mote da estratégia de que “o Brasil não pode parar”.

“Essa delação precisa ser tratada, vista, investigada. O Poder judiciário deve continuar a cumprir com sua obrigação, nós temos que respeitar todo o procedimento dele. Mas, o Poder Executivo e Legislativo também devem continuar a fazer o que tem ser feito”, diz Moreira.

Diante a da pressão de aliados e do reconhecimento de interlocutores do governo de que as reformas em curso serão afetadas pela delação da JBS, Moreira faz um apelo e diz que “o Executivo e o Legislativo têm que tirar o Brasil da maior crise econômica da nossa história”.

“O Legislativo votando as reformas e o Executivo fazendo as proposições de mudança na política econômica que permitiram que tivessem uma baixa da inflação, queda juros, voltou a ter emprego formal”, diz. “Por isso é fundamental que nós tenhamos muita serenidade, façamos o esforço de nos manter unidos com um único objetivo: o Brasil não pode parar para nos possamos retomar o crescimento e a geração de emprego e renda”, diz Moreira, afirmando que o Brasil quer voltar a ser a nação que dá esperança por “dias melhores” às famílias.

O ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, e o líder do governo no Senado, Romero Jucá, também gravaram mensagens defendendo a ideia “de que o Brasil não pode parar”.